Artigos & Publicações: Comunicação digital e ‘formação-ação’ de influenciadores digitais da saúde

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Com o objetivo de “descrever a primeira formação-ação de influenciadores digitais, realizada em julho de 2025, pensada como estratégia para o fomento da literacia digital em saúde e a promoção da saúde nas plataformas de mídia social”,   Vinicius Pereira, aluno do Mestrado 2025, escreveu um artigo intitulado “Rede de influenciadores promotores da saúde: uma experiência de formação-ação em literacia digital e promoção da saúde no Rio de Janeiro”, publicado em dezembro no volume 10, número 30, da Revista Diálogo com a Economia Criativa, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

O artigo, assinado em co-autoria por Luísa Biasoli, psicóloga, bolsista da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde (VPAAPS)/Fiocruz, e das professoras do PPGICS, Daniela Muzi (orientadora de Pereira) e Ana Luiza Pavão, analisa “a primeira formação-ação de influenciadores digitais, realizada em julho de 2025, pensada como estratégia para o fomento da literacia digital em saúde e a promoção da saúde nas plataformas de mídia social”.

Ao todo foram 12 influenciadores digitais de territórios periféricos do Grande Rio, com uma média de 44.800 seguidores no grupo. Eles passaram por uma oficina de seis dias, com atividades presenciais que combinaram rodas de conversa, jogos e dinâmicas de grupo. A oficina integra o projeto Rede de Influenciadores Promotores da Saúde (RIPS), elaborado pela Coordenação de Promoção da Saúde da VPAAPS.

Contexto

Em agosto de 2024, o IBGE divulgou que o número de brasileiros que estão conectados à internet é de 164,5 milhões de habitantes (dados de 2023), ou seja, 88% da população de 10 anos ou mais de idade. Os dados foram retirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação 2023, a PNAD TIC.

A maioria dos usuários usou a internet para conversar por chamadas de vídeos e voz (94,6%) e o meio de acesso mais utilizado foi o celular, com 98,8% dos conectados. Ainda segundo dados da PNAD TIC, o brasileiro passou em média 3h37m por dia nas redes sociais, procurando interações pessoais, entretenimento e descoberta de conteúdo, com forte presença de inteligência artificial e foco em vídeos curtos.

Sobre o uso das mídias sociais, a PNAD TIC aponta em 2022 como estava o uso entre os brasileiros:

  • Comunicação: Conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%) e enviar/receber mensagens (92,0%);
  • Entretenimento: Assistir vídeos, séries e filmes (88,3%);
  • Mídias Sociais: Uso geral de redes sociais (83,6%);
  • Outras Atividades: Ouvir música/rádio/podcast (82,4%), ler notícias (72,3%), acessar bancos (60,1%) e usar e-mail (59,4%).

No Relatório Global de Visão Geral Digital 2025 (Special Repord Digiral 2025), da agência de marketing americana We are social, o ranking das mídias sociais no Brasil em janeiro de 2025 é:

  • Youtube – 144 milhões de usuários;
  • Facebook – 112 milhões de usuários;
  • Instagram – 141 milhões de usuários;
  • TikTok – 91,7 milhões de usuários;
  • LinkedIn – 81 milhões de membros;
  • Messenger – 51,3 milhões de usuários;
  • Pinterest – 40,3 milhões de usuários;
  • Snapchat – 6,72 milhões de usuários;
  • X – 16 milhões de usuários.

Chama a atenção que a agência americana não incluiu o Whatsapp, nem o Telegram em sua pesquisa. Mas, dados da Revista Forbes (maio 2025) apontam que o WhatsApp tem mais de 3 bilhões de usuários mensais, sendo o Brasil o segundo maior mercado do aplicativo, com 147 milhões de usuários por mês. Já o Telegram, seu uso está em queda no Brasil, conforme matéria da MacMagazine.

No artigo “Rede de influenciadores promotores da saúde: uma experiência de formação-ação em literacia digital e promoção da saúde no Rio de Janeiro”, Vinicius Pereira e as co-autoras destacam que a diversidade entre os participantes “possibilitou trocas significativas, estimulando a construção coletiva de sentidos e reflexâo crítica sobre os temas abordados”. O artigo também salienta as sugestões dadas pelos participantes como “a inclusão de temas como sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), reconhecidos como de alto engajamento em suas redes; e a necessidade de maior aprofundamento técnico em produção de comunicação digital, como o contato com profissionais de social media.”

Como conclusão, os autores enfatizaram que “a experiência reafirma a educação dialógica e o uso das mídias sociais como estratégias de fortalecimento da comunicação, literacia e promoção em saúde”.

Leia a íntegra do artigo “Rede de influenciadores promotores da saúde: uma experiência de formação-ação em literacia digital e promoção da saúde no Rio de Janeiro”.

Foto: Pexels – Influenciador Digital | Creative Commons (CC)