Atendimento humanizado à população indígena

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Gabriela Lima da Silva¹, Laiana de Almeida Santos², Maraiza Nayara Mancio³, Sara Bruno Torres Rêgo⁴

¹Graduanda de Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

²Graduanda de Enfermagem pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

³Graduanda de Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

⁴Graduanda de Enfermagem pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

 

Ao falar sobre o atendimento de saúde para os indígenas, há uma dificuldade na adesão de diagnósticos e tratamentos recomendados pelos profissionais, visto que, na maioria dos casos, estes elaboram suas leituras e prescrições sem compreender o contexto e a visão diferenciada que a população indígena tem sobre saúde-doença. Desse modo, há necessidade de integrar ao tratamento biomédico o conhecimento ancestral indígena como, por exemplo, seus recursos fitoterápicos e suas dietas baseadas na cultura, como cantos e rezas, possibilitando um atendimento humanizado para essa população.

Na cultura indígena, a cura de doenças é realizada principalmente pelos pajés, por meio de práticas mágicas. Esses poderes podem curar doenças e provocá-las. Desse modo, isso influencia na saúde e na forma como lidam com seus corpos. Por conseguinte, na atualidade a cura de enfermidades pela medicina indígena ocorre quando os demais recursos da científicos foram esgotados, porém as ervas utilizadas pelos pajés ainda são úteis, uma vez que possuem princípios químicos, que auxiliam na cura e estão presentes inclusive em remédios vendidos nas farmácias. Além disso, os indígenas no seu cotidiano praticam exercícios físicos com maior frequência, tem uma dieta equilibrada, não fazem uso de drogas, o que contribui para uma melhor qualidade de vida, quando comparado com outra parcela da população.

O modelo hodierno de atendimento à saúde da população encontra-se principalmente voltado para a perspectiva biologicista, caracterizando-se como uma maneira mais mecânica e individualista ao focar apenas na doença de forma patológica, ignorando os aspectos sociais do paciente. Tal visão torna-se cada vez mais comum a partir da inovação de medidas tecnológicas de avanço à saúde como patologia, desta forma, é evidente a escassez de um atendimento mais humanizado, voltado para o indivíduo e suas particularidades, pois o tratamento de cada pessoa deve ser feito de maneira única.

Partindo desse cenário, fica evidente que, antes de realizar qualquer atendimento, os profissionais de saúde devem conhecer e entender as particularidades de seus pacientes. Nesse sentido, como estratégia para facilitar esse contato com a população indígena, pode-se citar: a capacitação transcultural do profissional, o investimento na educação popular em saúde, o aumento de números das agentes indígenas de saúde (AIS), a melhoria das condições de trabalho, o investimento de recursos e materiais na área e a reforma da PNASPI.