Compartilho um exercicio que tenho realizado para suportar esses tempos de tantas intensidades avassaladoras.
Tempos tristes, tristes tempos
Mas,
Tempos de potência, tempos de reconfiguração de práticas
Tempos de Encontros que se transformam em Redes .
Redes de Afeto, redes de produção, redes de comunicação, redes de reinvenção.
Nos movimentos de Estar e me afastar de mim mesma e dos coletivos, surgiram imagens nas linhas do pensamento e algumas delas foram experimentadas na tecitura dos meus bordados amadores.
As ‘ Linhas’ se transformaram em frases. As frases trouxeram uma reconexão com as cores e com alguns sentidos. Essa reconexão tem sido um modo de reexistir. Um modo de Resistir.
As frases surgiram na contemplação de cada bordado :
ELEMENTO 1: O ar / Àra
Eis aqui o ar…
ÀRA na lingua indigena .
Ar para arejar, Ar para refrescar, Ar para voar.
Ar para A(ma)R
ELEMENTO 2: A água/ Ty
De gota em gota,
De gole em gole,
Trago água para hidratar,
Trago água para refrescar.
Água em fluxo,
Água em curso…
Trago um pouco de TY para ti.
Trago rios de memórias,
Trago um mar de experiências.
Trago a sabedoria da água.
ELEMENTO 3: O Fogo / T-atá
E o fogo transmuta elementos.
Fogo que aquece, fogo que acende.
O que restará daquilo que fazemos conosco? Ah! O fogo transformará.
É fogo , é T-ATÁ.🔥
ELEMENTO 4: A terra / Yby
Ter a TERRA aos nossos pés,
Ser a TERRA em cada movimento.
Aterrar nosso corpo ,
Conectar nossa energia com a YBY.
Respirar, Aterrar, reconectar.
Somos a TERRA.
Sigamos no fluxo !
Saudações salutares.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Rejane,
Essa potência de transformar o que nos afeta e produz tristeza em algo como o seu reverso é arte de viver.
É o “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima” dos brasileiros.
Teu post lindo me conecta diretamente com o livro do Bruno Latour, Onde Aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Momento crucial onde podemos perder literalmente a nossa Terra. Mas onde também nascem os movimentos de resistências de toda ordem pois estamos vivos.
🙌