CIRCUITO DE HUMANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE Tenda do Conto como prática de cuidado em saúde mental
Com o intuito de fomentar a humanização das práticas de cuidados, despatologizante, desmedicalizante, formadora e fortalecedora de vínculos e de redes de apoio, a Secretaria municipal de Saúde de União dos Palmares, AL, promoveu o Circuito de Humanização das Práticas de Saúde, o qual teve seu início no dia 26 de novembro de 2025, com a Oficina Tenda do Conto como prática de cuidado em saúde mental.
Inspirado pela metodologia participativa voltada para a emancipação e a transformação das relações sociais, o professor Dr. Sérgio Seiji Aragaki arrebatou os profissionais da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS (CAPS, NIP, Emult-AB) para um momento de integração e expressão de afetos (dor, amor ou alegrias).
Conforme proposto pela enfermeira Mª Jacqueline Abrantes Gadelha criadora da Tenda do Conto, foi solicitado as pessoas, previamente, que levassem um objeto importante em suas vidas. Com as cadeiras em círculo, com destaque para a cadeira de quem contaria o conto, e objetos sobre a mesa à vista de todos os participantes, foi exposto e pactuado a única regra: o respeito, o silêncio, a escuta, o acolhimento à pessoa e ao que ela tem a compartilhar. Sem caras ou gestos de desaprovação, comentários ou interrupções. Em tempo, fez-se o convite para que cada pessoa pudesse pegar seu objeto e, caso quisesse, pegasse o objeto de outra pessoa, desde que houvesse a devida permissão da mesma.
O mote foi lançado:
“O convite está feito, a Tenda está posta, a cadeira está vazia, venha fazer seu conto de dor, amor ou de alegria…”
O participante de posse de seu objeto afetivo, proferia sua narrativa, sendo o objeto, impulsionador de sua própria história.
Concluída a Tenda, o Dr. Sérgio fez uma explanação dialogada a respeito da mesma, levando o histórico, as bases teóricas e metodológicas, orientando os profissionais participantes a serem multiplicadores da Tenda.
O efeito da Tenda do Conto naquele momento foi incrível, onde respeitosamente as falas e histórias foram acolhidas, havendo identificações entres os participantes, lágrimas, sorrisos, troca de afetos, fortalecimento dos vínculos, despertando o interesse para a criação de novas Tendas em seus espaços de atuação profissional.
“Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que já
se passaram, mas pela astúcia que têm certas coisas
passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares”
(Guimarães Rosa, Grande Sertão: veredas)
Referência:
FÉLIX-SILVA, A.V.; NASCIMENTO, M.V.N.; ALBUQUERQUE, M.M.R.; CUNHA, M.S.G.; GADELHA, M.J.A.
A tenda do conto como prática integrativa de cuidado na Atenção Básica. Natal: EdUnp, 2014.
Disponível em: https://redehumanizasus.net/sites/default/files/itens-do acervo/files/a_tenda_do_conto_como_pratica_integrativa_de_cuidado_na_atencao_basica.pdf. Acesso em 22 mai 2025.
Técnica responsável: Luciene Figueredo
