Atividade do Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização em Alagoas.
Fisioterapeutas e alunas do curo de apoiadores: Camila de Melo Moura e Gracielle Torres Azevedo.
A Unidade de Terapia Intensiva-UTI é o setor que concentra os maiores avanços e recursos tecnológicos da área hospitalar. A responsabilidade da equipe vai além das intervenções tecnológicas e envolve a necessidade do acolhimento aos usuários que esperam ansiosos por notícias dos familiares internados. Nesse universo, pensamos em realizar a roda de conversa na UTI para ouvir os usuários e os profissionais de saúde, afim de acolher às demandas, promover uma escuta qualificada em relação às necessidades dos familiares e da equipe quanto ao cuidado realizado e refletir sobre possibilidades de melhoria da qualidade do serviço.
A roda de conversa com o tema “Como podemos melhorar nossas práticas” foi realizada, no dia 21/06/19, na sala de visita na Unidade de Terapia Intensiva Adulto – UTI do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes-HUPAA, na cidade de Maceió-AL, antes do horário agendado para a visita aos pacientes internados. A roda contou com a presença das fisioterapeutas moderadoras, uma enfermeira do setor, o médico plantonista, uma psicóloga, um estudante residente de psicologia, uma profissional da higienização do setor e três usuários do SUS (acompanhantes de pacientes internados nesta UTI).
O Gestor imediato foi convidado antecipadamente, porém estava viajando e não pôde comparecer. Um gargalo que enfrentamos para efetivarmos a PNH em nosso ambiente de trabalho é a gestão compartilhada, visto que o gestor não participa desses momentos e tem o olhar restrito para as escalas e frequência dos profissionais, sem demonstrar interesse em promover estratégias de mudanças de práticas.
Organizamos as cadeiras e o sofá em um grande círculo para que todas as participantes se enxergassem e para favorecer o diálogo horizontalizado, sem hierarquias.
A roda de conversa foi dividida em três momentos: aquecimento, desenvolvimento e desaquecimento. No desenvolvimento foi utilizado uma pergunta disparadora.
Inicialmente, no aquecimento, falamos sobre o conceito de Humanização, sobre o Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização e sobre o objetivo da roda de conversa como ferramenta para melhoria das práticas em saúde. Em sequência foi solicitado que cada um se apresentasse e contasse um pouco da situação que os levou até lá e os profissionais falassem sua função dentro do serviço. Isso facilitou a construção de vínculo e a fluidez da roda.
A pergunta disparadora foi: “Como podemos melhorar nossas práticas”.
Os usuários falaram das angústias e expectativas em relação ao momento da visita aos familiares internados na UTI, falaram o quanto aguardam ansiosos por notícias dos pacientes internados e sugeriram um outro horário para visita aos pacientes internados, além de uma hora no período da tarde.
O espaço também foi aberto para que os profissionais pudessem se posicionar. A equipe de profissionais foi citada como uma boa equipe, porém, surgiram alguns pontos negativos como algumas falhas na comunicação interprofissional e profissional-usuário, esta última relacionada a falta de um médico diarista na equipe.
Foi sugerido por profissionais e usuários um espaço mais acolhedor para as visitas, assim como abrir o horário da visita em outro turno.
Essa atividade representou um momento de troca de saberes, onde o sujeito-cidadão pôde se relacionar com os outros, ensinando e aprendendo, fortalecendo e sendo fortalecido, raciocinando, refletindo e decidindo pelo bem-estar pessoal e coletivo no contexto de suas vivência e experiências.
Ao final, os participantes relataram terem gostado de participar da roda de conversa e sugeriram que mais momentos como este fossem realizados.