Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial
No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, refletimos não apenas sobre o massacre de Sharpeville, mas também sobre as realidades contemporâneas da discriminação racial em todo o mundo. De acordo com dados recentes, a discriminação racial persiste em várias formas, incluindo disparidades de renda, acesso desigual à educação e oportunidades limitadas de emprego para minorias étnicas. Estatísticas mostram que, em muitos países, as pessoas negras enfrentam taxas mais altas de desemprego, são mais propensas a serem presas e receberem penas mais severas, e têm acesso limitado a cuidados de saúde de qualidade.
Além disso, incidentes de racismo flagrante e violência racial continuam a ocorrer em todo o mundo, destacando a urgência contínua de combater o ódio e a intolerância. Enquanto celebramos o progresso feito na luta pelos direitos civis e pela igualdade racial, também reconhecemos que há muito trabalho a ser feito para alcançar uma sociedade verdadeiramente inclusiva e justa para todos os grupos étnicos e raciais. Neste dia, renovamos nosso compromisso de promover a diversidade, a equidade e a inclusão em todas as esferas da vida, e de trabalhar juntos para erradicar a discriminação racial em todas as suas formas.
Por Renata Coutinho Pereira
Avante, é um tema como dizem: “espinhoso” e “controverso”, mas a real, é que o Brasil (2o país mais negro do mundo, último a abolir a escravidão no ociente e o que mais escravizou africanos)… tem uma dificuldade intrínseca para fazer esta discussão: os espaços de poder são ocupados majoritariamente por pessoas que se beneficiam desta lógica. Havendo isto posto, a convocação à luta incansável e efetiva do disposto, cabe aos vilipendiados e aviltados, entretanto também, aos que mesmo se beneficiando, acreditam que não haverá desenvolvimento real, justiça social e reconstrução da nação, enquanto houver racismo, saibamos, não somos poucos, somos a maioria. E os que deliberam as perpetuações que poderiam ser lidas como omissas e até, por vezes, prevaricadoras, na verdade é a minoria… depois de 135 anos de uma fraudulenta abolição, nunca estivemos tão perto da redenção. O constrangimento eventualmente é pedagógico, neste país, onde negros são maioria absoluta em todas as análises estatísticas “negativas” e os brancos são maioria em todas as estatísticas “positivas”… o país que tem a polícia que mais mata no mundo, com alta taxa de suicídio, por conseguinte. Enquanto a Saúde continuar desprezando análises fundamentais e relegando a responsabilidade de suas atribuições e competências à tal segurança pública, que foi desenhada para proteger o patrimônio dos que historicamente se beneficiam dos crimes (não poucos aqui cometidos contra a população negra e indígena)… não haverá saida. Progridamos, avancemos…