Hospital Galileu garante ações para preservar a saúde mental de pacientes e acompanhantes

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O Dia Internacional da Saúde Mental, comemorado nesta segunda-feira, 10 de outubro, alerta à sociedade sobre a importância do adoecimento emocional que leva à depressão e, silenciosamente, atinge pessoas de todas as idades e classes sociais. Em uma unidade hospitalar, a distância da família, a quebra da rotina e o próprio tratamento de saúde são fatores estressantes que podem levar aos transtornos psicológicos. Neste contexto, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), localizado na Região Metropolitana de Belém, mantém projetos de atenção à saúde mental aos pacientes hospitalizados e também aos acompanhantes.

Desde as enfermarias até as Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), as iniciativas fazem parte dos protocolos assistenciais protagonizados pela equipe multiprofissional, com a atuação de especialistas em fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, enfermagem, além da psicologia. O atendimento também compreende os recursos de humanização que proporcionam um ambiente acolhedor tanto aos usuários, como aos colaboradores.

A unidade trabalha com o Projeto Cine Galileu, que leva sessões de filmes, com direito à pipoca e a suco aos usuários e acompanhantes nas enfermarias da unidade. O Galileu também atua com o projeto ‘Carta para o Desconhecido’, que conta as histórias de superação e incentiva a troca da fé e da força entre os pacientes, através de relatos de quem também enfrentou problemas na saúde. O hospital transforma, ainda, as enfermarias em palcos de stand up comedy, com apresentações de paródias e de ícones do cinema, como a Dona Hermínia’, personagem principal do longa brasileiro ‘Minha Mãe é Uma Peça’. Além desses, a fisioterapia é responsável por projetos alternativos ao tratamento de reabilitação.

“Entendemos que é possível trabalhar de forma inteligente a nossa saúde mental. A proposta da humanização é trazer ao contexto hospitalar ações que minimizem esse período. Além do Cine Galileu, vamos ter várias programações voltadas à saúde mental dos pacientes e colaboradores, como o aniversariante do mês, em conjunto com Recursos Humanos, as palestras motivacionais, ações de autoestima, como tratamentos de beleza”, disse Anny Segovia coordenadora de humanização

Psicologia – No HPEG, a psicologia atua na escuta, na promoção de palestras de psicoeducação, e no Projeto ‘Vincular para uma alta segura’. “O serviço recebe o paciente de forma acolhedora, realizando uma avaliação psicológica situacional para identificar possíveis aspectos psicológicos que norteiam o processo de adoecimento durante a internação. Além de histórico de psicopatologias para acolhimento e acompanhamento psicológico hospitalar e realização de devidos encaminhamentos para a Rede de Atenção Psicossocial externa na alta”, disse a psicóloga Luísa Toledo.

A profissional também explica que o atendimento psicológico se estende aos acompanhantes, diante da importância que a família tem no processo de um tratamento de saúde. “Quando o paciente se sente amparado pela rede de apoio familiar, os efeitos de aumento de aderência ao tratamento e colaboração são perceptíveis”, observou.

Mesmo em um período mais longo de internação, a psicóloga aponta que nem todo o paciente terá um curso de adoecimento psíquico. “Isso dependerá de fatores diversos como história de vida, recursos de enfrentamento diante das dificuldades na internação. As queixas mais frequentes são o afastamento da sua rotina e das atividades de vida diária, além de seus familiares. Com isso, é imprescindível o papel da psicologia na identificação de rede de apoio fortalecida durante a internação e no estreitamento de vínculos”, garantiu Luísa Toledo.

Experiências –  O pedreiro D. N. F, de 38 anos, está na unidade há seis dias. Ele sofreu uma queda no trabalho, onde teve fraturas e passa, agora, por um tratamento ortopédico. Morador do município de Santa Bárbara, na Região Metropolitana de Belém, ele diz que a sua maior dificuldade em estar internado é a “saudade de casa”. “A psicologia agendou pra eu ver minha filha, me deixou mais tranquilo, matei a saudade”, disse.

A unidade, periodicamente, também proporciona uma ação para mediar com segurança assistencial e jurídica, a visita de crianças e adolescentes de até 18 anos aos usuários, como forma de promover a humanização do processo de hospitalização e fortalecer o vínculo familiar. “Nosso objetivo é contribuir para o equilíbrio psicológico necessário para a superação de dificuldades enfrentadas, protegendo a integridade de crianças e adolescentes durante a ação”, disse a psicóloga.

Há onze dias internado, o estudante A. G. S.C., 17 anos, também aponta a falta da sua rotina como o principal desafio na internação. Estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, ele teve de parar suas atividades por causa de uma queda sofrida há 5 anos. “Tive de me internar para seguir um tratamento ortopédico. Sou do município de Santo Antônio do Tauá. Sinto falta de sair com os amigos e de ir à  escola. No hospital, o tempo passa devagar”, contou.

Missão – Gerenciado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia – ISSAA, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a unidade é retaguarda para pacientes com traumas e tem como balizador de suas ações, a humanização. “A administração do Hospital Galileu primazia o investimento em ações humanizadas para efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Pará e incentivando as trocas solidárias entre os gestores, colaboradores e usuários”, resume o diretor executivo do Galileu, Flávio Marconsini.