O SUS ainda enfrenta precária interação nas equipes de maneira que se torna necessário mudanças de paradigmas, sobretudo mudanças posturais dos profissionais da saúde; enquanto não pensarmos em saúde para o coletivo, ainda levará muito tempo para sairmos da caixa, com o olhar voltado para a doença, e não no sujeito enquanto ser de possibilidades, independentemente da condição de saúde. Assim, é urgente necessário olhar para pessoas enquanto pessoas e não como um “produto controle”.
8 Comentários
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Essa temática apesar de pouco discutida e aplicada, foi muito bem exposta em aula pelo Prof. Sérgio, no curso de Pós Graduação em Saúde Mental.
O trabalho em humanização é dificilmente visualizado, uma vez que falta envolver os usuários com gestores e profissionais da saúde, de forma comprometida e corresponsável pelo processo, reconhecendo a singularidade e a capacidade criadora de cada sujeito que faz parte do meio. Ainda nos falta muito por avançar, quanto profissionais da saúde, mas muito me contribuiu para um olhar reflexivo diante de alternativas de intervenções.
A abordagem desse tema nas discussões referentes ao processo de construção e aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS), se coloca como de vital importância para nortear as relações entre as três instâncias envolvidas diretamente no processo de funcionamento e gerenciamento dos serviços de atenção em saúde e no acolhimento dos usuários que recorrem aos mesmos. Antes da criação do SUS, as relações entre gestores, trabalhadores e usuários eram verticalizadas e os “diálogos” entre essas instâncias, quando se davam, eram engessadas com base na hierarquização e detenção do poder, gerando um barulho que interferia na comunicação, na troca de conhecimento e na aproximação entre os grupos. Assim, os serviços e programas eram muitas vezes criados sem a participação direta dos profissionais e usuários. Muitos serviços eram implantados sem que a comunidade fosse ouvida e, muitos destes, sem atender as prioridades da população local. Com o advento do SUS, a criação de dispositivos como o Conselho Gestor e a Ouvidoria, não só aproximaram as três instâncias referidas como favoreceram as interlocuções entre eles de forma direta. Essa aproximação direta facilitou a quebra de paradigmas e favoreceu à mudanças na percepção que cada grupo tinha, em relação ao outro. As relações passaram a ser estabelecidas de forma horizontalizada, criando espaços para relações mais afetivas, humanizadas, mudanças de comportamento e redimensionamento de praticas profissionais. O conhecimento acadêmico e/ou a posição hierárquica dentro da organização governamental, deixaram de ser uma representação da detenção do poder que gerava afastamentos entre os grupos, mas um aspecto que passou a contribuir para a melhoria das relações interpessoais e dos serviços de saúde destinados aos cidadãos.
Por Maria Madalena
Ótimo Post, Sérgia!
Vemos na nossa prática diária a necessidade de avanço e qualificação do sistema nacional de saúde, na relação e nos processos de atenção ao usuário, bem como no trabalho de gestores e trabalhadores da área de saúde em prol de melhor atendimento aos nossos usuários, de modo mais humanizado, respeitando a particularidade de cada um, identificando cada indivíduo como alguém que possui desejos e sonhos, independente da sua patologia.
HUMANIZA SUS! VAMOS EM FRENTE, COM FORÇA E DETERMINAÇÃO!
Por Edna Nunes
Trabalhar com o olhar humanizado é desestabilizar saberes, ou melhor, é trabalhar saberes cristalizados. É preciso entender que é necessário sair da zona de conforto para seja feito um atendimento pautado no respeito com o usuário na sua totalidade.
Por Bianca Teixeira
A Política Nacional de Humanização (PNH) foi efetivada em 2003, tendo como princípios introduzir no cotidiano uma melhor gestão e atenção. Desse modo, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando ntrocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
Em princípio a valorização dos diferentes sujeitos que compõem o processo de produção de saúde é de suma importância. Nessa lógica usuários, trabalhadores e gestores são co-responsáveis pela melhor aplicação do programa e estabelecimento de vínculos solidários na produção de saúde em rede. Assim, faz-se necessário a observância dos princípios que regem o sistema de HumanizaSUS, transversalidade; Indissocialidade entre atenção e gestão e protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos.
Humanizar é tornar-se humano, adquirir novos hábitos mais apropriados sob o prisma da ética e da moral, valorização do ser na totalidade bio-psico-social-cultural, buscando entendê-lo na sua individualidade, subjetividade e autonomia. Desviar o foco da patologia dando centralidade ao cuidado ao usuário.
SEMPRE BOM VER PESSOAS SE APROFUNDANDO E VALORIZANDO A HUMANIZAÇÃO. PARABENS
Por Raphael Henrique Travia
Seja Bem Vinda á Rede HumanizaSUS Sérgia,
Percebi que você chegou chegando na RHS e trouxe logo dois posts abordando este assunto…
Então te proponho uma reflexão simples: Talvez a prova inequívoca da Humanização do SUS esteja justamente nos desafios superados diariamente, muito temos a melhorar… mas não iremos jamais atingir a perfeição, pois isso nos rouba justamente a necessária humanização.
Como tenho dois perfis vou fazer teu acolhimento no outro post também!
AbraSUS,
Raphael Henrique Travia