Giovanna Fonseca Richter¹; Karol Arias Fernandes²; Amanda Elias Lima³; Kethlin Camargo Germann⁴
¹Pós-graduanda em Enfermagem Pediátrica e UTI pediátrica e neonatologia pelo Centro Universitário São Camilo
²Graduanda em Medicina pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILlE)
³Pós-graduanda em Psicologia da Saúde pelo Centro Universitário de Adamantina (UNIFAI)
⁴Graduanda em Medicina pela Faculdade Pequeno Príncipe (FPP)
Quanto se é criança pequena, geralmente, comunicar exatamente o que se quer se torna difícil; seja pela estrutura fisiológica, que ainda lhe falta, ou pela escassez de vocabulário, necessitando, assim, de um adulto que lhe ajude. Contudo, quando se é adulto, o que falta para que a comunicação aconteça? Muitas vezes, a questão não é o que falta, mas sim, o que sobra, ou seja, a sobra de prepotência, de orgulho, de uma confiança que nos distancia do que é simples: o outro. A partir disso, quando se pensa em comunicação relacionada à saúde, faz-se necessário que se saiba, além dos termos técnicos e da teoria rebuscada, a língua do outro! Aquele outro que cuida, que sofre e, além da resolução do seu problema, precisa de clareza e atenção.
Diante disso, outro elemento importante nesse cuidado é a empatia, a qual vai além de se colocar no lugar do outro: é compreender melhor o comportamento em determinadas situações, para que assim, a assistência prestada seja de qualidade e eficaz. Pacientes pediátricos têm dificuldade de se expressar diante de um problema. Por isso, se colocar no lugar tanto do paciente, como da família é extremamente importante, para planejar o cuidado a ser prestado. Ao se colocar no lugar da criança e da família, temos que refletir sobre os sentimentos apresentados diante de tal situação, e como agir diante disso. Assim, o cuidado a ser prestado será baseado tanto nas queixas, como na situação pessoal presente, sendo que a chance da melhora da criança é alta, a partir do momento que se entende o que ela está passando e qual é o mecanismo de enfrentamento melhor para ela. Atualmente, muitas instituições têm investido na brinquedoterapia, na qual a criança consegue se expressar, permitindo compreender como ela vê sua situação atual.
Desse modo, o atendimento singular para a criança demonstra o quanto somos únicos; esse olhar diferenciado e focado no paciente acolhe também a família, pois os profissionais de saúde precisam lidar com a criança e os parentes. A dificuldade do paciente enquanto criança se dá pela dificuldade da comunicação e do entendimento das coisas. Devido a isso, na anamnese é necessário ter vocabulários que a criança entenda para conseguir as respostas necessárias para realizar o diagnóstico e tratamento. Nesse ponto, a família aflita por respostas se comunica pela criança e sofre, às vezes, muito mais que a criança. Assim, popularmente se diz que a família passa a ser paciente também, pois não está bem e precisa de atenção para proporcionar como consequência um bom ambiente para criança. É importante não deixar de lado o paciente principal, a criança, mas não se pode excluir a relação familiar e como ela interfere no estado de saúde dela.
Portanto, esta não é uma tarefa simples. Um médico sozinho não consegue dar conta de todas as demandas que acabam surgindo. Afinal, além de tais demandas fugirem do seu campo profissional, o médico geralmente é o profissional que menos tem contato direto com a criança. Sendo assim, são extremamente necessárias reuniões de equipe multidisciplinar para discussão de casos e uma comunicação aberta entre os profissionais. Por fim, a prática de um trabalho integrativo, que conta com a presença de diferentes profissionais, os quais colaboram no limite estabelecido por suas áreas de atuação, é algo cada vez mais utilizado e estudado para garantir o cuidado. No caso do paciente pediátrico, ao trabalhar em conjunto para um mesmo objetivo, a qualidade de vida desta criança se torna significativamente mais contemplada, caracterizando assim como uma grande conquista, no geral, para o quadro clínico deste paciente.