Humanização do cuidador: cuidar de quem cuida
Ana Vitória Mainetti¹,Júlia Cristina Ferreira²
¹Graduanda em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
²Graduanda em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
A humanização do cuidador, especialmente quando se trata de cuidadores familiares, emerge como um tema crucial na esfera dos cuidados de saúde e bem-estar. Estes indivíduos, muitas vezes imersos na árdua tarefa de cuidar de entes queridos com enfermidades ou necessidades especiais, enfrentam obstáculos que vão além do físico, adentrando o emocional e o psicológico. Dessa forma, a necessidade de reconhecimento e apoio aos cuidadores é essencial. Essa perspectiva não apenas ressalta a importância de considerar o cuidador como um ser humano com suas próprias necessidades e limitações, mas também aponta para uma abordagem mais holística e integrada dos cuidados, onde cuidar de quem cuida se torna um pilar fundamental para a sustentabilidade do ato de cuidar. Assim, ao nutrir a saúde mental, física e emocional do cuidador, estabelece-se uma base sólida para o bem-estar contínuo tanto do cuidador quanto do cuidado, evidenciando uma cadeia de cuidados que se fortalecem mutuamente.
Ademais, o profissional de saúde, muitas vezes, lida com a dor e o sofrimento alheio. Dessa maneira, uma de suas funções é conversar com pessoas que estão passando pelo pior momento de suas vidas, enfrentando doenças e incertezas. Essa carga emocional é complexa e exige um preparo especial de quem escolhe essa carreira. Dessa maneira, com o tempo, o contato constante com o sofrimento do outro pode levar ao esgotamento físico e emocional. É fundamental, portanto, que esses profissionais também cuidem de si mesmos. Concomitante a isso, é importante lembrar que o paciente precisa de uma resposta organizada e adequada ao seu sofrimento. O profissional de saúde deve se doar de acordo com o possível, sempre buscando humanizar o cuidado. Isso significa oferecer um atendimento acolhedor e assertivo. Contudo, é importante ter em mente que os médicos não têm poder sobre o processo de doença, mas sim sobre o tratamento e o cuidado com o paciente. Logo, valorizar o cuidado com quem cuida contribui não apenas para o bem-estar dos profissionais de saúde, mas também para a qualidade do serviço prestado e o conforto dos pacientes em momentos de vulnerabilidade.
Referências Bibliográficas
Gomes RM. Humanização e desumanização no trabalho em saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2017.
BOROX GUIMARÃES, Tamara; MAGNI, Cristiana. Reflexões sobre a humanização do cuidado na presença de uma doença ameaçadora da vida. Mudanças – Psicologia da Saúde, v. 28, n. 1, p. 43–48, 2020. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/muda/v28n1/v28n1a06.pdf
Por Sérgio Aragaki
Super importante esse tema.
Que o cuidado em saúde para quem trabalha na saúde não seja de responsabilidade individual, mas coletivo, institucional. Não basta fazer datas comemorativas, dar brindes, fazer festas, pintar paredes e por plantas se as relações produzem violências. Melhoria do processo de trabalho, condições dignas para que o trabalho seja feito são imprescindíveis para a saúde.
AbraSUS!