Humanização e Formação em Saúde – Finalizando e Avaliando a Disciplina
Meu nome é Priscila Tavares de Oliveira, sou formada em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e atuo como Psicóloga na Unidade do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS/UFAL). Sempre tive curiosidade pelo tema “Humanização”, e iniciei a disciplina com a expectativa de conhecer um pouco mais sobre a Política Nacional de Humanização (PNH), objetivando aplicar esses conhecimentos no meu dia a dia. Apesar de ter poucos conhecimentos técnicos a respeito da PNH, sempre consegui me enxergar como sujeito do fazer humanizado; ao aprofundar a temática, sigo tendo a certeza de que estou no caminho certo, atuando de acordo com suas diretrizes e utilizando alguns de seus dispositivos, necessitando apenas de alguns ajustes. Durante o percurso da disciplina, foram oportunizadas discussões bastante produtivas, sendo possível enxergar os temas propostos de forma mais clara a partir das vivências de cada um dos discentes e docentes. Nessa experiência pudemos vislumbrar outros fazeres, nas diversas áreas, cada um com seus facilitadores e barreiras específicas. Pude enxergar que algumas das minhas dificuldades se repetem nas mais diversas áreas e situações, como por exemplo, a dificuldade em se realizar um trabalho verdadeiramente interdisciplinar, com os saberes fragmentados e atuando separadamente, e o quanto isso pode dificultar nossas ações diárias. Em contrapartida, enxergar essa e outras limitações possibilitou a discussão com alguns dos membros da equipe de trabalho, oportunizando a construção de outros fazeres, novos projetos.
Outro ponto importante da disciplina em questão é que a mesma não apenas nos leva a discutir sobre o tema humanização, mas a própria dinâmica é humanizada, com os docentes nos deixando sempre a vontade em sala de aula, propiciando que os discentes também possam participar da construção da mesma; o plano da disciplina esteve o tempo inteiro aberto a sugestões e modificações. No decorrer das aulas pudemos sempre discutir as atividades planejadas e até modifica-las de modo a atenderem melhor nossos objetivos e necessidades. Enfim, as discussões oportunizadas pela disciplina foram bastante significativas, nos proporcionando ricas reflexões a respeito de nossas práticas profissionais. Me surpreendeu cada um dos relatos trabalhados em sala, e principalmente o fato de que, apesar de diversas, as experiências em vários momentos convergem para um mesmo ponto: a dificuldade no fazer horizontal, em não se sentir parte do processo como um todo, a sensação de ser apenas mais um número, uma matrícula. Ao final da disciplina, uma inquietação permanece: Como é possível o fazer solitário dentro de uma equipe multiprofissional? Como atuar sem ouvir/ incluir os pares? Ao meu ver, o fazer (assim como o saber) é coletivo e não consigo concebê-lo de outra forma.
Para além das inquietações que a disciplina nos trouxe, ficaram também os conhecimentos construídos em conjunto com essa turma. Gratidão, caros colegas!
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Priscila,
Muito boa a sua postagem trazendo essa discussão sobre a abordagem multidisciplinar no cuidado em saúde.
É importante ressaltar que a produção em saúde, dentro de uma dimensão integral, impõe a necessidade de um fazer horizontal integrando os diversos profissionais envolvidos na produção de saúde, de forma dialogada, em rede, ampliando assim as possibilidades de resolutividade das intervenções técnicas.
Como fazer isso no cotidiano dos serviços?
No hospital que eu trabalho, temos buscado várias estratégias para fortalecer esse processo, dentre elas, rodas de conversas com os profissionais para discutir/analisar os processos de trabalho, identificando os desafios demandados; discussão dos casos clínicos, buscando identificar as demandas interventivas e a responsabilidade de cada profissional nas intervenções que cada caso exige. Temos alcançado bons resultados.
Parabéns pela postagem, e continue compartilhando aqui as suas vivências acadêmicas!
Abraços
Emília