Dibe Balardini Ayoub¹
Isabelle Tomelin Rothenburg²
Maria Edillayne de Assunção Silva³
Vanessa Faria de Almeida Schneider⁴
¹ Graduanda de Medicina da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
² Graduanda em Medicina da Universidade Positivo (UP)
³ Graduanda em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI)
⁴ Graduanda de Medicina da Faculdade Pequeno Príncipe (FPP)
Historicamente, uma grande transformação na obstetrícia foi a introdução dos cirurgiões na assistência ao parto, pois as especialidades médicas de obstetrícia e ginecologia ainda não existiam. Os médicos que eram desabituados no acompanhamento de fenômenos fisiológicos, tiveram suas formações voltadas para intervenções, resolver casos complexos e determinar ordens. O parto passou, então, a ser considerado um ato cirúrgico qualquer e a mulher em trabalho de parto era chamada de “paciente”, sendo assim, impedida de seguir os seus instintos e ficar na posição mais confortável e fisiológica. Desse modo, nota-se a ausência da preocupação com o protagonismo da mulher, com sua autonomia fisiológica e de escolha, admitindo o parto apenas como um procedimento cirúrgico e voltando a atenção ao médico.
Para alterar este cenário, iniciou-se a concepção do Parto Humanizado, que conceitua-se como o reconhecimento dos direitos fundamentais da gestante, bem como assegura à ela os recursos necessários de acordo com a sua demanda. A humanização no parto garante a autonomia da mulher, visto que seus desejos e preferências são estabelecidos como prioridade e ela se torna a verdadeira protagonista no momento do parto. Vale ressaltar que estes desejos são prioridade desde que não ofereçam riscos à mãe e ao bebê, pois o Parto Humanizado sempre baseia-se na evidência científica para a escolha mais segura. Sendo assim, este tipo de parto é definido como a criação de um ambiente acolhedor e condições adequadas para a mulher, permitindo maior empatia com a gestante, assistência integral à ela, preservação da sua integridade, proteção e respeito, visando um atendimento mais ético e de qualidade.
Inegavelmente, o entendimento do conceito de “Parto Humanizado” tem sido, desde a sua introdução, permeado por tabus por parte da sociedade civil e até mesmo dentro do ambiente acadêmico-médico, que por anos preconizou um modelo padronizado de parto sem, muitas vezes, adequar-se ao que de fato era uma necessidade à gestante em questão. Diante disso, é imprescindível salientar que a validação de evidências científicas é uma premissa fundamental a esse tipo de parto, isto significa que a segurança da saúde da mulher e do bebê é uma primazia. Assim como também é importante ressaltar aquilo que o Parto Humanizado não representa: não é o parto vaginal, parto na água, ou ainda o parto de cócoras a qualquer custo, tampouco obedecer a modas ou extremismos, e sim, a oferta de um parto que atenda a mulher da melhor maneira possível com acolhimento e empatia.
Parto Humanizado remete ao acolhimento e zelo, tem relação com o tratamento prestado à gestante e ao bebê. Isso engloba todo o contexto do pré-natal ao pós parto e envolve uma série de profissionais que devem estar preparados para prestar apoio sempre que necessário. Cita-se aí desde o obstetra, enfermeiros, anestesista, pediatra, entre outros. A intenção é de que os profissionais atuem de forma integrada e em harmonia, de modo que a gestante sinta-se segura, acolhida e esteja tranquila para o grande momento do nascimento de seu bebê. Além da saúde e segurança, devem ser levados em conta aspectos emocionais e mesmo conforto físico da gestante, fatores fundamentais para o bem estar e que visam também tornar o processo de parto como um procedimento menos hospitalar.
Portanto, a introdução do Parto Humanizado proporcionou um maior protagonismo da mulher, pensando nela como um todo e levando em conta suas preferências no momento do parto, que se tornou mais acolhedor. Desse modo, conta com a ajuda de diversos profissionais que atuam em conjunto objetivando uma melhor assistência à mulher.