Junho Vermelho: IdeiaSUS realça boas práticas de saúde de incentivo à doação de sangue

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Por Katia Machado (Plataforma IdeiaSUS Fiocruz) | Foto: Banco de sangue do Instituto Hemorio – Autor: Vinícius Marinho | Acervo: Fiocruz Imagens

Em junho, comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue (14), data escolhida em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos. Trata-se de um dia muito especial, instituído pela Assembleia Mundial da Saúde em 2005, para agradecer aos doadores e incentivar mais pessoas a doar sangue livremente.

Envolvida com esta campanha, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz destaca três exitosas experiências de incentivo à doação de sangue, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), que estão publicadas em seu banco de práticas. A primeira é Doação de sangue em Quissamã: parceria regional leva o hemocentro ao doador, por meio da qual firmou-se a colaboração entre o Serviço Social da Saúde de Quissamã e o Serviço Social do Hemocentro Móvel de Campos dos Goytacazes, cidades do Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro, para a captação de doadores. A iniciativa vem contribuindo com a regulação do estoque regional e superando o parâmetro de 1% de doação, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A segunda experiência destacada, que tem como título Projeto Vermelho, a Cor da Vida, é de Piraí, no Rio de Janeiro. A captação de doadores voluntários de sangue, neste caso, é motivada pela distribuição de informações precisas sobre saúde e bem-estar, ênfase ao respeito às diferenças, à autopreservação e à solidariedade. O projeto promove o encontro entre Educação e Saúde, tendo como público-alvo os jovens e adolescentes.

Já a terceira prática, intitulada A implantação da Política de Humanização como processo de trabalho no acolhimento e na satisfação dos doadores, tem como propósito analisar e aprimorar a qualidade do atendimento dos doadores, sob o norte da Política Nacional de Humanização (PNH). A PNH visa à reorganização dos processos de trabalho em saúde, propondo transformações nas formas de produzir e prestar serviços à população e nas relações sociais, que envolvem trabalhadores e gestores em suas experiências cotidianas de organização e condução do serviço. A experiência é do SUS de Teresina (PI).

Sangue seguro
Doar sangue é um ato que salva vidas de pessoas em tratamentos de doenças crônicas, como pacientes com câncer, ou que são submetidos a intervenções urgentes e emergenciais de todos os tipos, pode ajudar pacientes que sofrem de condições com risco de vida, serve de apoio a procedimentos médicos e cirúrgicos complexos, tem ainda papel essencial nos cuidados maternos e neonatais.

É um ato seguro, tanto para o doador como para quem irá receber o sangue, em alguns países, a exemplo do Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,4% da população doa sangue regularmente, o que equivale a 14 doadores a cada mil habitantes. Isso totaliza mais de 3 milhões de doações por ano no SUS. O número, apesar de ter subido após o período mais crítico da pandemia, quando houve uma diminuição de 10% no volume de coletas, está abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e dos 5% registrados em países da Europa. Por isso, o país segue todo ano incentivando a doação de sangue.

Para quem tem doença falciforme
A doação é bastante utilizada por pacientes com câncer, pessoas que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte e emergências, como acidentes de trânsito, bem como por aquelas com doenças que comprometem a produção dos componentes do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas, a exemplo da doença falciforme.

Pacientes com esta doença necessitam de várias transfusões de sangue ao longo da vida e recebem, em geral, transfusões de doadores fenotipados. Trata-se de um tipo de doador no qual são pesquisados outros grupos sanguíneos, além do ABO e Rh. Isto significa que, além de saber se o doador é A, B, AB ou O (com Rh + ou -), é realizado um exame mais aprofundado do Rh e de outros subgrupos sanguíneos. Vale destacar que, também, em junho, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme (19).