Leitura de histórias ajudam no bem estar dos pacientes do Hospital Galileu

O projeto que acontece nas enfermarias na unidade, traz histórias de superação, de fé e conforto, com o objetivo de estimular as boas condutas através da leitura

Aos 25 anos, o motoboy Moises Duarte Júnior, teve sua vida totalmente alterada depois de sofrer um acidente de motocicleta. Ele precisou passar por um tratamento de saúde, após uma grave lesão na perna. De volta ao Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, para um procedimento de retirada dos parafusos de fixação do membro, ele encontrou conforto, em uma ação promovida na unidade: a leitura de história. “Foi reconfortante, trouxe paz e esperança”, parabenizou.

A experiência positiva do motoboy foi vivenciada através do Projeto Circulando História, promovido pelo HPEG desde de 2022. Coordenado pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), o objetivo das ações – que acontecem periodicamente na unidade referência em trauma ortopédico do Governo do Pará-, é amenizar o desconforto, o estresse e as adversidades durante o período de internação hospitalar, sobretudo, aos pacientes de longa permanência.

O pedreiro Mauro de Moura Macedo, de 56 anos, teve um grave acidente durante o trabalho. Ele cortou a mão enquanto manuseava de uma makita e precisou passar por uma cirurgia no Galileu. Durante sua internação, ele também participou do projeto. “A leitura é importante. Resgata nossa autoestima, nossa fé, traz felicidade e paz. A ação foi excelente”, comentou.

Conforto e fé

O projeto que acontece nas enfermarias na unidade, traz histórias de superação, de fé e conforto, com o objetivo de estimular as boas condutas através da leitura. O projeto também aposta na prática de atenuar o estresse causado pelo período de hospitalização e o afastamento do paciente e do acompanhante de sua rotina e do convívio familiar.

“Trazemos diversas literaturas que vão desde experiências de superação de vida, até os ensinos religiosos, como histórias Bíblicas. A escolha é do paciente. Apresentamos as obras que temos e eles decidem o que precisam e querem ouvir”, explicou Anny Segóvia, coordenadora de Humanização do HPEG.

A profissional, que também é enfermeira, explica que a experiência da leitura para os pacientes ajuda durante o tratamento de saúde. “Permanecer hospitalizado é um desafio que qualquer pessoa, independentemente do seu grau de instrução, formação ou posição financeira e social, pode passar. E projetos como Circulando História são ferramentas para ajudar no tratamento, pois traz ao usuário um conforto emocional, desvia a atenção dos problemas de saúde e foca na reabilitação mais rápida”, completou Segóvia.

O projeto Circulando História envolve diversos setores da unidade. Profissionais da assistência e até mesmo do administrativo revezam de 10 a 20 minutos dos seus afazeres para contar as histórias nas enfermarias. Também, durante os dias de contação de histórias, há distribuição de livros.

A diretora-executiva do Galileu, Liliam Gomes, destaca que os profissionais de saúde da unidade, são agentes motivadores para reforçar o cuidado com a saúde emocional do paciente. “Os projetos realizados no Hospital Galileu com base nas Diretrizes da Humanização são estratégias para amenizar a tristeza, a depressão, a ansiedade e o nervosismo dentro do contexto hospitalar. Nos empenhamos em transformar a experiência da internação em algo diferente, ou seja, promovendo momentos de reflexão sobre o nosso bem maior que é a vida e a importância do autocuidado”, destacou a gestora.

Perfil – O Hospital Galileu é uma unidade pública, do Governo do Estado, gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Localizado na avenida Mário Covas, a unidade é referência na rede de saúde, em atendimentos de traumatologia e alongamento ósseo.

Texto: Roberta Paraense