As Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas fazem parte do Sistema Único de Saúde desde 2006, por aqui chamamos elas de PICS (Práticas Integrativas e Complementares de Saúde).
Apesar de estar em voltas com debates sobre supostas validades ou não científicas, a incorporação dos sistemas médicos tradicionais faz parte da estratégia de inserção dos serviços de saúde em base comunitária desde a Declaração de Alma Ata, em 1974.
Apesar de muitas pessoas acharem que eles estão presentes apenas no Brasil, a própria Organização Mundial da Saúde coloca papel importante nesse tema, aliando-se na manutenção e promoção da saúde a partir do entendimento pós-segunda guerra mundial de que a saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
O debate sobre a validade e a efetividade das PICS normalmente estão focadas na sua baixa eficácia em tratar sintomas de doenças. De fato, olhando a partir desse olhar hospitalocêntrico e de corpo biológico, nem todas as PICS interferem no corpo. Mas a partir do ponto de vista da promoção de saúde e reestabelecimento de agravos leves as PICS tem mostrado grande eficácia, sobretudo na promoção de vínculos sociais, adesão aos serviços e na incorporação de práticas tradicionais e interculturais nos serviços de saúde.
A Organização Mundial da Saúde tem pautado como meta até 2023 a inclusão das Medicinas Tradicionais e Práticas Complementares de Saúde nos serviços de saúde.
É dentro desse cenário que encontramos o Mapa de Evidências das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas produzida pela Rede MTCI das Américas por meio do Portal da Biblioteca Virtual da Saúde.
Esse portal é de fácil navegação e mostra as evidências de cada prática e para qual sintomas ou efeitos adversos ela pode ser utilizado, por exemplo a prática de Yoga em pacientes em tratamento oncológico.
Em tempos de Covid-19 também foi realizado uma seminário organizado pela rede MTCI e que pode ser acessado aqui. Ou ainda, acessar esse post meu no Facebook ou a plataforma de evidências da Medicina Tradicional Chinesa.
A qualificação das práticas de saúde precisam de um entendimento de todos os trabalhadores que a promoção de saúde não se limita ao reestabelecimento da ‘normalidade’, mas também na promoção de um corpo menos propenso aos agravos.