Nesse dia das mães, um convite à reflexão

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ruiharayama 08/05/2021

A Política Nacional de Humanização, e a própria história da política, é perpassada pela necessidade de descontruir para reconstruir novos espaços e abordagens.

Novas relações e inserções das usuárias nos serviços, novas lógicas do cuidado.

Antes de falar, ouvir. Antes de ensinar, aprender. E é nessa troca que em todos os anos, nos dias das mães nos colocamos com sentimentos confusos, exaltamos a força de mulheres naturalizando e naturalizando suas trajetórias.

O corpo da mulher sempre foi um local de disputa do conhecimento, do Estado, da Ciência, de diversos poderes.

É por isso que decidimos suspender, e no Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade preferimos ouvir e trocar com mães que durante toda a sua trajetória foram e são questionadas e enquadradas numa régua já dada, de boa ou má mãe.

Queremos outras regras, ou ainda, é preciso reconhecer que há diversas réguas que não cabem em nossos estojos.

O projeto Mães-Pesquisadoras: “não somos objeto, somos protagonistas” traz um convite para a pluralizaração dessas experiências.

Iniciada com uma live que ocorreu no dia 24 de Abril trouxe as reflexões iniciais

Realizada para marcar o dia das mães, nosso objetivo é problematizar uma realidade muito comum: as mães costumam ser desqualificadas pelas escolas, espaços de saúde, polícia, cárcere e outras tantas instituições, que, legitimadas por certas formas de fazer ciência, as tratam como se não soubessem nada dos filhos. No entanto, como bem ressalta Débora Maria da Silva, do Movimento Independente Mães de Maio, muitas mães são pesquisadoras.

Essa abertura nos coloca um convite para pensar outras realidades, todas elas publicadas no projeto e que podem ser acessadas ao longo dessa semana nas mídias sociais do Fórum.

Mães vítimas da Covid-19, mães com deficiência, mães vítimas do Estado, mães travestis, mães mulheres trans, mães doulas.