O AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA OU A RELIGIÃO IMPENSADA DOS RELIGIOSOS

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Depois de longo silêncio, eis que retorno com uma crônica da vida cotidiana, pois penso que ela serve bem aos tenebrosos tempos de hoje em dia.

Estava eu no conforto de meu lar, quando sou chamado por uma destas visitas que religiosos fazem em casa alheia, sem pedir licença, dizendo trazer a palavra de Deus, numa clara acepção que eles a possuem e você não, pois deve ser trazida por eles.

Educadamente, porque tinha tempo, resolvo ceder meus ouvidos e ver o que de interessante tinham para dizer, já que supõem que o têm, já que se dispõe a bater em porta alheia como uma missão. De Deus? Fico aqui pensando.

Já na primeira frase, sou obrigado, sob o olhar de perplexidade da protagonista, a não concordar e, pretendo, aqui, dizer o porquê para que frases assim não sejam repetidas sem mais reflexão, já que este autor tem forte apreço pelas palavras.

Acontece que a cristã, filha e mensageira de Deus, começa seu discurso com a desconcertante afirmação: “o amor está diminuindo no mundo, você não acha?”. Eis o que fui obrigado a argumentar e que divido com todos vocês.

Não, não acho! Acho esta uma afirmação absurda! O meu Deus é Amor e só amor, se diz que o amor está diminuindo no mundo, está se dizendo que meu Deus está diminuindo, o que para mim é absurdo. Se Deus é desmedido, com que tamanho você o estará medindo, se afirma que ele está diminuindo?

O Amor continua o mesmo, são as pessoas que não percebem isto, já que têm chamado de amor o que nada tem a ver com amor e, principalmente, negam o amor do outro, porque não é um amor igual ao que dizem ter. Conclusão, se eu encontro menos o que chamo de amor, o amor só pode estar diminuindo, já que o meu tipo de amor é tão incontestável, que não encontra-lo é o mesmo que não haver amor nenhum.

Isto aconteceu há uns 20 anos atrás, mas fico pensando, caso a perplexidade dela nada tenha mudado com minhas palavras, o que tem falado neste tenebroso inverno que o mundo passa, profundo no país e quase glacial no Rio de Janeiro? Por isto divido aqui a história e pondero.

O fato de as pessoas escolherem seus próprios preconceitos em nada diminui o fato de haver quem ame, ame intensamente, tão intensamente, que sabem que Amor, Deus e Vida são sinônimos e jamais diminuem. Seja como for, no final sempre vencem.

Defenda a vida, qualquer maneira de vida, aprendendo a reconhecer que a vida é amor e que amor é e sempre será Deus para quem não faz idolatria da palavra alheia sem pensamento próprio. Afinal, foi Ele quem disse: Eu vim para que TODOS tivessem vida. E VIDA EM ABUNDÂNCIA.

O que não respeita qualquer vida, não ama e diminui Deus, não no mundo, mas nas palavras, sentimentos, atos e omissões.

Afinal, foi Ele quem disse: Eu vim para que todos tivessem VIDA e VIDA em ABUNDÂNCIA!