E então um sacerdote ensinou a um camponês que era pecado saber. Acrescentou que ele deveria saber apenas pela palavra de Deus. O sacerdote, único que sabia ler, seria o intermediário entre Deus e os camponeses. Disse então que todos temos a herança do pecado de se alimentar da árvore do conhecimento do bom e do ruim, não do bem e do mal, no hebraico original.
Assim, todos, soldados e sacerdotes, reis e rainhas se alimentavam pelos seios de suas mães e pelo trabalho das mulheres e homens nos campos de pasto e cultivo. Mas eles, em contato com a natureza, não podiam decidir o bom e o ruim por si mesmos.
Alguém acredita que essa teologia foi aceita sem a imposição violenta?
Todo mito em torno de civilizações agrícolas tem origem em relações sociais históricas e concretas. Dado o desenvolvimento de uma forma tecnológica de produção de excedentes, o conflito pelo domínio da riqueza se estabelece.
É intrigante que a posse da expressão simbólica da riqueza, seja na moeda, no texto escrito ou nas distinções de poder, aparecem como de valor superior à base e fundamento de toda a riqueza. A maternidade, a maternagem e a produção de alimentos são ao mesmo tempo o que se quer dominar e controlar e a fonte primeira de todo poder institucional, social e cultural.