PLANO DE CAPACITAÇÃO PARA EDUCADORES DA REDE PÚBLICA SOBRE A AUTOLESÃO EM JOVENS

9 votos

A Secretaria de Saúde de Murici, juntamente com os profissionais do CAPS e NASF realizaram um encontro com representantes da rede municipal e estadual de ensino da cidade para a construção de um plano municipal que visa o cuidado aos adolescentes e escolares com comportamento de autolesão (cortes pelo corpo).

De acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde, a integralidade tem como característica a visão das pessoas como um todo, a fim de atender a todas as suas necessidades. Logo, esse princípio pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida. Inserida no SUS, a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) contempla a visão biopsicossocial e pode se estender para outros ambientes e atingir diversas faixas etárias, como jovens em escolas, o que confere promoção à saúde de forma mais integral.
Sabe-se que, principalmente na adolescência, a conduta autolesiva vem crescendo desde 2000 (Silva & Santos, 2015), sendo um problema de saúde pública brasileiro. A autolesão se refere a um conjunto de comportamentos que resultam em dano intencional ao indivíduo, com o conhecimento de que podem ou vão trazer algum grau de injúria física ou psicológica (Nock, 2009).
Em vista da dificuldade de lidar com essas situações e as possíveis consequências que podem ser geradas, o principal objetivo do encontro realizado foi buscar estratégias coletivas de aproximação e instrumentalização para que possamos construir redes de suporte para os estudantes no âmbito escolar, assim como na comunidade. Nesse contexto, os educadores foram capacitados a reconhecer comportamentos autolesivos, através da observação de padrões e da estimulação de uma comunicação mais próxima e aberta com os alunos. Após detectar o indivíduo ou o grupo em sofrimento, os educadores também se encontram preparados para atuar nesse tipo de situação, introduzindo profissionais da saúde e conversando com o aluno e sua família.

Esse tipo de trabalho é de extrema importância, pois a escola é um local em que os jovens passam bastante tempo e, consequentemente, muitas nuances da vida do aluno podem ser observadas nesse convívio diário que ocorre entre ele e o educador. Nesse cenário, a autolesão é muito comum entre jovens, visto ser uma forma de escapar da dor emocional, convertendo-a em dor física; além disso, é a expressão de outros problemas, como ansiedade e depressão. Dessa forma, ter um educador pronto para identificar essa situação, agir e confortar o estudante é vital.

  • Trabalho de finalização referente à disciplina “A Construção de Redes Sociais no Campo de Saúde Mental”, ministrada pelo docente Sérgio Seiji Aragaki | Especialização em Saúde Mental – Universidade Estadual de Ciências da Saúde (UNCISAL)
  • Discentes: Ana Paula Pinheiro Marinho, Nayanne Lara de Lima Souza, Noemy Lessa de Souza, Maria Verônica da Silva, Maria José Tenório Costa, Rochelly Carnaúba Amorim.