PNH Saúde Bucal Messias/AL (Lidianne Rocha) – Roda de conversa: Como podemos melhorar nossa prática?

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Boa tarde!!!!

Para aqueles que não me conhecem, meu nome é Lidianne Rocha, Cirurgiã-Dentista, Coordenadora de Saúde Bucal, Docente e Preceptora de estágios supervisionados. Trabalho na Saúde Bucal do município de Messias/AL e, compartilho com vcs a atividade proposta no Curso de Apoiadores da PNH do qual tenho a honra de participar.

Portanto, seguindo a proposta da atividade V, após leitura da cartilha sobre a gestão participativa, especialmente da página 13 a 25, elaborei, junto aos usuários e profissionais, uma roda de conversa e, discutimos, com uma troca dialogada de informações, como poderíamos melhorar nossa prática. Então, conforme registros a seguir, minha participação ocorreu como componente da gestão – Coordenadora de Saúde Bucal (Lidianne Rocha) – num espaço fluido de conversação com as profissionais da equipe II de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família – UBS Bititinga (Cirurgiã-Dentista Emanuelle e Auxiliar de Saúde Bucal Paula) e dois usuários da área (A.C.E.S. – cartão SUS n° 706.4091.3681.4784 – D.N. 15/07/1982 e J.A.S. – cartão SUS n° 700.8069.2146.9589 – D.N. 01/05/1964) que estavam agendados para o atendimento do dia e se dispuseram a contribuir com nosso momento democrático de participação e colaboração entre gestão, profissionais e usuários.

A partir da leitura da cartilha HumanizaSUS – gestão participativa e cogestão (MS, 2009), sugerida para a atividade citada,  é possível afirmar que a PNH não representa instrumento de propostas abstratas, mas sim nos mostra um SUS que dá certo, a partir de possibilidades concretas de mudança, para aprimorar e multiplicar os vários dispositivos disponíveis nos serviços e, consequentemente, para a efetivação de uma saúde democrática, universal, resolutiva, eficiente e equânime. Com isso, a partir da pergunta disparadora ‘Como podemos melhorar a nossa prática?’ foi possível mediar a roda de conversa de forma coerente e satisfatória, onde todos os participantes tiveram a oportunidade de expor suas colocações e a escuta foi exercida de maneira equilibrada, com respeito à fala do outro e apontamentos igualitários de cada um.

Nas imagens a seguir, são visualizadas as falas de cada um dos usuários, onde se percebe que apesar do diálogo ter sido pontuado e mediado para melhorias na prática diária, o que inclui principalmente a conduta profissional da dentista e da auxiliar, os usuários não mencionaram qualquer pendência nos atendimentos das mesmas, apontando apenas procedimentos que não temos no elenco do município. Paradoxalmente, estes procedimentos, voltados para prótese e ortodontia, mesmo citados pelos usuários como necessários não foram destacados pelos mesmos como prioritários. Faço uma observação que as falas dos usuários foram reproduzidas de forma literal, podendo ser visto que há informalidade gramatical nos relatos.

É possível perceber o quanto os usuários estavam à vontade, onde não foi feito qualquer tipo de coação as suas opiniões. Pelo contrário, foram incentivados a realmente relatar o que os incomodava na prática dos serviços de Saúde Bucal. Porém, com bastante serenidade e tranquilidade, eles foram enfáticos em destacar o bom serviço odontológico que recebiam, demonstrando satisfação em serem usuários do SUS.
A seguir, vamos ver o que as profissionais nos falaram sobre como podemos melhorar nossa prática, onde é possível ver que ambas concordam que não há pendências, nem muito menos necessidade de grandes melhorias na prática, pois os serviços já estão organizados de forma bastante coerente com a dinâmica do SUS, respeitando as diretrizes e os princípios organizacionais, bem como a legislação vigente para a execução da política pública de Saúde Bucal. Porém, pontuaram alguns procedimentos que poderiam ser incluídos nas ações odontológicas, tais como a prótese, como boa referência para a integralidade da odontologia, colocando o quanto essa proposta ajudaria a população e, a inclusão de escovódromos nas escolas que ajudariam bastante as atividades coletivas de escovação supervisionada e orientação de higiene oral. No momento da roda de conversa, ambas se mostraram bastante confortáveis em serem confrontadas as opiniões dos usuários, exibindo tranquilidade em saber que suas falas relatariam o bom serviço oferecido pela equipe em sua UBS.

Após esse momento de descontração, onde os relatos fluíram de forma agradável e sem engessamentos ou opiniões viciadas, comprovamos mais uma vez, de acordo com a cartilha de gestão participativa do MS (2009), que a “participação social não pode estar restrita às instâncias formalizadas, devendo ser valorizada e incentivada no dia-a-dia dos serviços do SUS”. E isso, conforme a nossa prática, é feito no local onde trabalho de forma muito natural e contínua, seguindo a dinâmica das ações e de suas demandas. Nessa roda de conversa, enquanto representante da gestão, levanto a bandeira de que temos sim que ouvir e perceber as angústias e reclamações dos usuários e dos profissionais na prática dos serviços de Saúde Bucal, pois é a partir desse feedback que tentamos participar das ações, promovendo resgate das atividades, ressignificando-as e, melhorando o SUS que fazemos. É bem verdade que sim, corremos o risco de cair na mesmice. Porém, as potencialidades profissionais de cada um, a partir de demandas da sociedade, ressaltam o potencial inovador da gestão e dos seus profissionais, repensando melhorias gerenciais, através de mudanças relevantes ao bem estar dos usuários e dos trabalhadores e, resgatando o SUS que queremos que aconteça, a partir da otimização e readequação dos processos de trabalho vigentes.
Dessa maneira, uma gestão participativa e compartilhada deve estar sempre pronta a ouvir e agir, democratizando o cotidiano da saúde e, no caso do que aqui está sendo exposto, na Saúde Bucal, envolvendo estreitamento de relações, encontros saudáveis e construção de uma rede dinâmica de ações, de modo que profissionais e usuários coparticipem desse processo de mudança significativa para a organização dos trabalhos, definindo tarefas, corresponsabilizando os atores envolvidos no cuidado a Saúde Bucal e assumindo papéis que, somados, produzam uma saúde melhor.

Por fim, ressalto a força que a roda de conversa tem em potencializar ações e serviços, representando espaço democrático de discussão dialogada e troca compartilhada de experiências, vivências, sucessos, angústias e necessidades, possibilitando ganhos aos serviços, onde a grande conquista dos participantes é o momento de conversação paritária. Ainda, enquanto parte da gestão da saúde, através da Coordenação de Saúde Bucal, agradeço imensamente a todos os participantes que fizeram parte dessa atividade, bem como a toda a equipe de Saúde Bucal do município, por me permitir realizar uma Odontologia de excelência aos usuários e aos profissionais, garantindo assim um SUS cada vez mais atuante e resolutivo.

 

Espero que tenham gostado…

Obrigada!!!!