Processo de Luto e Humanização da Morte
Mariana Filipak e Maria Eduarda Soares Bizinelli
A humanização da morte na área da saúde refere-se ao cuidado e atenção prestados aos pacientes em estado terminal e em suas famílias, levando em consideração os aspectos clínicos, emocionais, espirituais, físicos, cognitivos e emocionais. Na aula da Liga Acadêmica de Humanização do Cuidado em Saúde (LAHCS), ministrada pela graduanda em psicologia pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná no ano de 2023, Millena Kwaczynski, no dia vinte e sete de outubro de dois mil e vinte e três, o processo do luto e humanização da morte foi tido como tema. Primeiramente foi tido como pauta o luto, sendo uma reação natural a perda sem prazo de validade, podendo estar relacionada a diversos fatores desencadeantes. Trata-se de um processo que não pode ser padronizado e nem abordado como uma doença, pois diz respeito a um momento, sendo considerado preocupante caso não seja dinâmico e oscilante. Já a morte é um assunto que necessita de constante estudo e deve ser tratado com naturalidade, necessitando de habilidades de comunicação e no cuidado ao que se diz respeito ao paciente em si, a sua família e a equipe que estará responsável por seus cuidados. Em relação a comunicação e cuidado com o paciente, a psicóloga relata que é esperado do profissional de saúde uma escuta ativa e acolhedora, dando todo o suporte e orientação necessária. Além disso, é de suma importância que o profissional não terceirize a responsabilidade de escolha do paciente, se este tiver condições, visando qualidade de vida e autonomia ao paciente e lembrando da obrigação do profissional de informar clareamento o diagnóstico, prognóstico, tratamento e risco, de maneira que não haja dúvidas quanto os tópicos listados. Da mesma forma, a comunicação com a família torna-se similar, utilizando as mesmas estratégias de comunicação clara e explicativa, visando também entender a dinâmica dos parentes
em relação ao doente, podendo facilitar também a comunicação entre essas partes.
Por fim, Kwaczynski relata que, enquanto profissionais, é de suma importância ter conhecimento sobre as questões éticas de vida ou morte, conseguindo se comunicar e se expressar sobre o assunto, tendo consciência de suas limitações quanto à morte. Torna-se necessário também reconhecer se está disposto a trabalhar com a morte e com o luto, e se possui as habilidades necessárias para se dedicar a essa área, se comprometendo com o código de ética e com a ciência, massem deixar de lado a humildade.
Em relação a comunicação da morte ao paciente retratada na aula da liga, tive um relato pessoal no que se refere a isso. Em 2018, meu tio sofreu um acidente de carro e ficou em coma. A esposa e os filhos tinham muita esperança que ele sobreviveria e que acordaria, pois não entendiam o grau de gravidade da condição de saúde dele. Era um misto de angústia e esperança. No meio desse processo, o meu tio estava utilizando respirador e o médico abordou nós ,familiares ,para
comunicar a opção da doação de órgãos por parte do meu tio, mas falhou como profissional pois não explicou primeiro a situação em que meu tio se encontrava, uma vez que ninguém tinha entendido ou sido informado que a possibilidade dele acordar era inexistente. Então eu tive que observar meus primos descobrindo que o pai não acordaria por uma simples pergunta feita ao médico e não um aviso empático e carinhoso. Até esse momento, não tinha sido explicado o que o coma significava ou perguntado o que nós familiares entendíamos da situação, o médico
foi direto a doação e se mostrou relativamente frio ao questionar diretamente a respeito dela. Mesmo assim acatamos por doar os órgãos. Diante desse relato, percebe-se a importância de uma comunicação correta pelo profissional da saúde nesses momentos difíceis, pois além dos próprios pacientes, os familiares precisam ser acolhidos de maneira correta e gentil.