PROJETO DE INTERVENÇÃO: GRUPO TERAPÊUTICO AVCE – ACONCHEGO, VIVÊNCIA, CUIDADO E ESPERANÇA.
Projeto apresentado à disciplina Psicologia do Desenvolvimento: O envelhecimento humano sob diferentes olhares, do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Envelhecimento da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), ministrado pelas docentes Profa. Dra. Danielle Abdel Massih Pio; Profa. Dra. Vanessa Baliego Andrade Barbosa e Profa. Ms. Ana Carolina Nonato.
Autoras:
(1) FERNANDA VIRGINIA DE LIMA SILVA
(2) ISABELA DE SOUZA BERALDO
(3) INGRID WERNER PICININI
(4) MICAELA MENDIONDO
A longevidade da população tem sido evidente em todo o cenário mundial, e a incidência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) vem crescendo (Anjos et al., 2021). Segundo Costa et al. (2020), o acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica decorrente de um distúrbio na circulação encefálica, que persiste por mais de 24 horas. Ocorre devido à redução ou à completa interrupção do aporte sanguíneo cerebral e pode ser classificado em dois tipos: isquêmico ou hemorrágico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC destaca-se como a segunda maior causa de morte no mundo, responsável por aproximadamente 6,7 milhões de óbitos em 2016, além de ser a principal causa de incapacidade. O levantamento indica que há uma tendência de manutenção dessa posição até o ano de 2030, o que pode resultar em cerca de 12,2% dos óbitos previstos. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013 apontou que 25,5% dos pacientes que tiveram AVC apresentavam limitações intensas (Anjos et al., 2021; Costa et al., 2020).
Quando recebem alta, as pessoas acometidas pelo AVC geralmente ficam dependentes do cuidado de terceiros, na maioria das situações, de apenas uma pessoa, chamada de cuidador principal ou informal, que assume a responsabilidade pelos cuidados (Costa et al., 2020). Anjos et al. (2021) destacam que, quando o cuidador é um familiar, ele acaba alterando toda a sua vida para fornecer os cuidados necessários a esse paciente, tornando seu tempo de vida pessoal escasso.
Os autores ainda ressaltam que os cuidadores de pacientes vítimas de AVC, especialmente aqueles em estado grave, apresentam altos níveis de sobrecarga, o que pode afetar sua qualidade de vida. Além disso, a desvalorização do seu trabalho pela área da saúde, por outros membros da família e pelo paciente, assim como o vínculo com o paciente, pode provocar variações de humor e alterações na percepção para enfrentar os desafios diários. Dessa forma, os profissionais informais, que são os próprios familiares, vivenciam diferentes sentimentos negativos rotineiramente, como raiva, medo, tristeza, culpa, desespero, solidão e angústia, resultando em desgaste psíquico, distúrbios do sono, baixa autoestima situacional, além de casos de depressão, ansiedade, negligência no autocuidado e sintomas pós-traumáticos (PTS) (Anjos et al., 2021; Costa et al., 2020).
Anjos et al. (2021) ressaltam que alguns estudos apontam que, mesmo sendo satisfatório, o papel de cuidador pode influenciar a saúde física e psicológica, além de gerar dificuldades financeiras e barreiras sociais para quem cuida. O cuidador vê seu tempo de lazer e sono reduzidos, e enfrenta o aumento das despesas e a diminuição da renda familiar, afetando seu bem-estar e saúde.
Frente à problemática apresentada, realizar intervenções com os cuidadores familiares ou informais de pessoas acometidas pelo AVC mostra-se como recursos de apoio necessário para a propagação da qualidade de vida, saúde mental e o fortalecimento dos vínculos.
Este Projeto de Intervenção busca colaborar na promoção da qualidade de vida dos cuidadores informais de pessoas com sequelas de AVC, por meio da estimulação de atitudes de autocuidado que favoreçam sua saúde mental, além de promover o conhecimento sobre si mesmos e sobre o paciente que está sob seus cuidados.
Para acessar o conteúdo detalhado com as sugestões dos encontros é só clicar aqui.
Avaliação e Monitoramento: No primeiro encontro os participantes podem falar ou escrever quais são as suas expectativas sobre os encontros. No final de cada encontro o facilitador questionará o grupo solicitando uma devolutiva sobre o encontro do dia (percepção e sugestão). No último encontro faz a mesma avaliação do primeiro encontro.
REFERÊNCIAS
AÇÃO AVC. Maceió, AL. Disponível em: https://www.acaoavc.org.br/pacientes-e-familiares/cuidadores-e-familiares-de-avc/mudanca-de-comportamento-apos-o-avc-parte-do-luto-ou-parte-da-lesao.
ANJOS, Amanda Lima Nogueira dos; ROTTA, Isabela Moreira; SILVA, Jaine de Souza; MIRANDA, Valquíria Nascimento; SILVA, Vitória Santos da; CHAGAS, Eliane Ferrari; FERREIRA, Aline Duarte. Uso da teleconsulta para acompanhamento de profissionais informais de pacientes após AVC. Revista de Neurociências, v. 30, p. 1-29, 2022. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/13009/10170. Acesso em: 12 de setembro de 2024.
COSTA, Tatiana Ferreira da; PIMENTA, Cláudia Jeane Lopes; NÓBREGA, Maria Miriam Lima da; FERNANDES, Maria das Graças Melo; FRANÇA, Inácia Sátiro Xavier de; PONTES, Maria de Lourdes de Farias; COSTA, Kátia Neyla de Freitas Macedo. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, n. 6, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/VLmQLT6CqQNDDSx3j3Bchnb/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 de setembro de 2024.
Credenciais:
(1) Aluna regular do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), profissão: Psicóloga
(2) Aluna regular do programa Mestrado Acadêmico “Saúde e Envelhecimento” (FAMEMA), profissão: Psicóloga
(3) Aluna regular do programa Mestrado Acadêmico “Saúde e Envelhecimento” (FAMEMA), profissão: Médica
(4) Aluna regular do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), profissão: Psicóloga