A presença de um profissional durante o trabalho de parto e parto tem sido valorizada, pois proporciona a tranquilidade, a segurança e o bem-estar da gestante (COSTA; GUILHEM; WALTERC, 2005). Dentre os membros da equipe multidisciplinar, encontra-se o fisioterapeuta, que utiliza de técnicas de analgesia e treino da respiração, bem como cinesioterapia para o autocontrole e as mudanças necessárias na pelve (SOARES, 2008). A importância dessa assistência melhora a evolução da dilatação (BAVARESCO et al., 2012), favorecendo a descida fetal e antecipando o trabalho de parto (MAMEDE et al., 2007).
Realizo aqui um relato das experiências vivenciadas pela atuação da fisioterapia na assistência humanizada durante o trabalho de parto ativo na maternidade do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA/ UFAL), no intuito de evidenciar e aprimorar essa atuação, bem como gerar mais conhecimento sobre essa área e reflexão sobre seu impacto como uma estratégia de intervenção em saúde. Esse relato foi construído a partir do livro de registro de atendimentos em sala de parto, no período de março de 2016 a setembro de 2019 pela observação dos atendimentos a parturientes por meio de exercícios aplicados para o estímulo ao trabalho de parto e alívio da dor.
Os métodos de preparação para o parto e técnicas fisioterápicas englobaram exercícios de fortalecimento para a musculatura perineal, membros superiores e inferiores através de exercícios isométricos e aeróbicos, bem como, mobilizações ativas em geral; alongamentos; exercícios de correção postural, favorecendo o equilíbrio corporal da gestante; técnicas de respiração para parto; drenagem linfática, prevenindo e ou evitando transtornos circulatórios. Essa assistência ocorreu com o intuito de proporcionar alívio da dor por meio de técnicas não farmacológicas; diminuir o tempo de trabalho de parto com exercícios que aceleram a dilatação uterina e descida fetal; orientar sobre posições de parir; e realizar ações humanizadas com musicoterapia, penumbra e contato imediato pele a pele com seu recém-nascido.
Observou-se a melhora da evolução do trabalho de parto em quase toda sua totalidade na qual evidenciou-se intervenção fisioterapêutica. Assim como uma melhora qualitativa da atenção voltada à parturiente, interferindo inclusive no tempo de evolução para o parto, diminuição da ansiedade e do estresse materno, na diminuição de lacerações, aumento da segurança experimentada pela gestante nesse período, diminuição de cesarianas, bem como a redução das complicações materno-fetais. Além do que, percebe-se a necessidade da continuidade destas intervenções realizadas pela fisioterapia durante o trabalho de parto, como iniciativa não só de humanização, mas de fortalecimento da atuação interdisciplinar da equipe, como um incremento para a evolução do parto normal.
Por Sérgio Aragaki
Andresa,
Um trabalho muito importante e que precisa cada vez mais ser adotado, valorizado e fortalecido nas maternidades do país. Parabéns!