Atividade da disciplina de Humanização e Formação em Saúde,do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL – Faculdade de Medicina -FAMED. Discente Sandra da Silva Farias. Docentes:Prof. Dr. Sérgio Seiji Aragaki, Profa. Dra. Profa. Dra. Cristina Camelo Azevedo, Ms. Everson Santos Melo, Ms. Luzia M. G. M. Prata.
No dia 03 de Junho de 2019, realizamos uma roda de conversa com os profissionais da Educação,professoras do Colégio Monsenhor Luiz Barbosa , localizado no município de Maceió – Alagoas. O convite foi feito com antecedência,porém devidos alguns imprevistos nem todas que foram convidadas para a roda puderam participar. Assim iniciamos a roda com apenas 07 participantes, embora com o número reduzido, o diálogo foi muito bom,houve uma boa interação.
Inicialmente foi feita a leitura do Termo de Consentimento Livre de Esclarecimento- TCLE, o mesmo foi aprovado por unanimidade . Em seguida foi apresentado a proposta do tema, a saber: O trabalho como fonte de Prazer ou de adoecimento? Na função de facilitadora ,ao trazer a discussão para o grupo , procurei estimular a participação de todas que se fizeram presentes . Ao longo das discussões as professoras relatam que antes o trabalho nas Instituições de Ensino,se dava de forma bem mais prazerosas , até existia o cansaço, o excesso de trabalho , mais gostavam do trabalho,sentiam prazer em preparar suas aulas. Atualmente o trabalho vem trazendo adoecimentos, tais como: Síndrome do pânico, depressão, sentimento de impotência, transferência da responsabilidade para a escola…, Isso devido a indisciplina do aluno, o desrespeito para com o professor,esses fatores realmente têm contribuído para o adoecimento.
Circulando a palavra ,foi apontada algumas dificuldades diante do mau comportamento e indisciplina do educando que causa adoecimento. Ex :Xingamentos, apelidos maldosos , discriminação ,agressão (objetos lançados no professor).Como facilitadora lancei o questionamento ,” o que poderíamos fazer para superar esses desafios,essa situação de saúde-doença” ? Ao continuarmos o debate, foi surgindo possíveis estratégias para melhorar a qualidade de vida destes profissionais e também dos educandos : Técnicas de relaxamento, acompanhamentos psicológicos, brincadeiras dirigidas, práticas de esportes como : Judô, Baillet , aulas de Musicas…
Após uma breve avaliação a atividade foi encerrada. Em suas falas, as professoras avaliaram essa prática muito importante , tendo em vista que possibilitou o diálogo, e abriu espaço para poderem expressar suas angústias e dificuldades, mais do que isso,contribuiu na busca de soluções para os desafios enfrentados na educação. A parti dessa metodologia, houve apelos para que pudéssemos continuar a roda de conversa na escola.
Por Sérgio Aragaki
Sandra,
De fato a roda, quando possibilita o diálogo, o compartilhamento de experiências e afetos, torna-se acolhimento e solidariedade.
Muito bom que as pessoas participantes puderam se beneficiar desse momento de trabalho. Sim, precisamos afirmar e reafirmar: são momentos de trabalho, pois se fala do trabalho, das dificuldades encontradas, dos sentimentos tristes, de raiva, de dor, de alegria, de felicidade, de esperança etc vinculados ao trabalho. Também é momento de trabalho, pois não se restringe a identificação dos problemas, mas são produzidas propostas de mudanças. Então, para que se torne humanização da saúde, essas propostas devem se tornar ato, devem se efetivar.
Chama muita a atenção que as propostas foram no sentido de fazer algo a mais. Mas poderia também fazer algo com o que já existe: abrir espaços de diálogo com estudantes. Para que falem sobre o que vivem em sala de aula, como isso impacta ou não na sua realidade fora da escola… dar voz, escutar e promover acolhimento, respeito às diferenças (sejam quais forem), soluções coletivas para os problemas. Sair da busca de culpados, de quem “é problemático”, “agressivo”, “desviante”, “mau aluno” e entender para além disso. Não lidar somente com os efeitos, mas abrir espaço para entender os processos que levam a determinadas atitudes, sem julgamentos ou criminalizações. Os adoecimentos de estudantes, professores, professoras, gestores e gestoras em grande parte se devem a como as relações estão sendo tecidas, em como tem se trabalhado. Humanização da saúde é promover espaços de escuta qualificada, de diálogo, de análise e mudança dos processos de trabalho de maneira corresponsável.
Abraço