Disciplina: Humanização da Saúde – Mestrado Profissional de Ensino na Saúde / Faculdade de Medicina – Universidade Federal de Alagoas (MPES-FAMED-UFAL).
Autoria:
Bruna de Sá Duarte Auto – Médica, Mestranda em Ensino na Saúde.
Maria Dirlene Alves Ferreira – Médica, Mestranda em Ensino na Saúde.
Sérgio Seiji Aragaki – Professor Doutor em Psicologia Social, coordenador da disciplina de Humanização da Saúde – MPES-FAMED-UFAL
Cristina Camelo de Azevedo – Professora Doutora em Saúde Pública, coordenador da disciplina de Humanização da Saúde – MPES-FAMED-UFAL
A princípio, as rodas de conversas consistem em um método de participação coletiva de debate acerca de determinada temática em que é possível dialogar com os sujeitos, que se expressam, escutam seus pares e si mesmos pelo exercício reflexivo. Objetiva, entre outras finalidades, socializar saberes, implementar a troca de experiências, de conversas, de divulgação de conhecimentos entre os envolvidos, na perspectiva de construção e reconstrução de novos conhecimentos sobre a temática proposta (MOURA e LIMA, 2014).
Tem sido utilizada em diversos contextos, como metodologia de ensino no nível fundamental, médio e superior, como ferramenta de educação permanente, como uma forma de coleta de dados em pesquisa qualitativa, dentre outros. Na disciplina Humanização da Saúde – MPES, foi proposta a aplicação de uma roda de conversa no seu contexto de trabalho, e nessa perspectiva, optamos por aplica-la com os alunos da graduação de Medicina.
Os alunos foram convidados, previamente, a participar da Roda de Conversa sobre Lúpus Eritematoso Sistêmico e Autonomia do Paciente, a roda de conversa contou com a presença de 10 (dez) alunos.
O primeiro aspecto que chamou atenção, foi a solicitação pelos alunos do uso de celulares para enriquecimento da discussão. Após consenso dos participantes e organizadores, foi permitido o uso do celular apenas para consulta do conteúdo, o qual realmente enriqueceu a discussão e colocações dos alunos.
Inicialmente, foi realizada uma conversa sobre os aspectos fisiopatológicos da doença e após abordamos com o grupo um caso clínico de uma paciente portadora de lúpus eritematoso sistêmico, em uso de uma medicação capaz de causar malformações fetal, por esta razão foi orientada a utilizar métodos contraceptivos para evitar gravidez durante o tratamento. Porém, a paciente optou por engravidar, apesar das orientações. A partir desse caso clínico, foi iniciada uma conversa sobre Autonomia do Paciente. Trazendo ao grupo a discussão dos princípios da Bioética e a postura do médico diante da situação.
Por fim, a dinâmica da roda de conversa possibilitou uma discussão ampla e proveitosa com os alunos da graduação de medicina, demonstrando ser uma ferramenta de ensino capaz de fazer dos alunos construtores dos seus próprios saberes.
Por Emilia Alves de Sousa
Uma das apostas para a concretização dos princípios e diretrizes orientadas Pela PNH na produção de saúde é a inclusão/fazer coletivo, onde todos os sujeitos envolvidos tenham oportunidade de colocar suas ideias e vivências buscando as mudanças necessárias para os problemas demandados. E as rodas de conversas se configuram como o método/ferramenta fundamental para democratizar a participação das pessoas nesse modelo poroso de cuidado em saúde.
Valeu Bruna pela escolha do tema para ampliar essa discussão aqui na Rede HumanizaSUS!
Abraços!
Emília