Cada vez mais compartilhamos de sintomas em comum e de angústias incomuns, pulando de galho em galho em busca de alívio. Vivemos altos e baixos, melhoras e recaídas, crises emocionais e alívios corporais. Podemos refletir que, o que se entende por cura não se resolve da noite pro dia. Remédios aliviam sintomas fisiológicos, e não é diferente quanto se trata do psiquismo, pois, além dos psicotrópicos temos muitos recursos à disposição que nos fornece processo parecido ao dos anestésicos fisiológicos. Como exemplo dá pra citar a autoajuda, os materiais motivacionais, hobbies ou entretenimento. E fato curioso é esse que, mesmo na infinidade de recursos químicos e sociais, persiste o mal estar. A tecnologia controla mas não parece resolver, talvez porque “resolver” seja autônomo e singular. Curar-se, na sua (im)possibilidade pode ser genuíno e íntimo, já que podemos até compartilhar da mesma doença e dos mesmos sintomas, mas jamais do mesmo sofrimento e da mesma dor, a experiência é única e está para o sujeito. Fala-se aqui de algo intrapessoal. “Persistindo os médicos, os sintomas deverão ser consultados” Tom Zé
Por Sérgio Aragaki
Caro Gabriel,
inevitável lembrar da medicalização da sociedade e da clínica reduzida e degradada.
O trabalho com a ampliação da clínica, inclusão da pessoa e familiares na constituição de projeto terapêutico singular, o qual considera também os determinantes sociais em saúde tem produzidos outros caminhos, outros cuidados, outros resultados. Continuamos na luta em defesa do SUS, da Reforma Psiquiátrica e no Movimento da Luta Antimanicomial!
Abraços,
Sérgio