Um breve debate acerca do valor da Autonomia do paciente

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Gestão Autônoma da Medicação

Esse post está relacionado com discussões feitas na disciplina de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas sob coordenação do professor Sérgio Aragaki.

Post feito por : Aires Gabriel

Grupo: Adelmo Machado, Aires Gabriel, Amanda Bordim, Ana Borja, Eduardo Maffra e Lucas Carias.

Existe um real valor terapêutico atribuído a manutenção da autonomia do paciente?

Para responder tal questionamento é necessário reaver conceitos básicos mas que atualmente estão obnubilados. O que é saúde e o que é doença? O primeiro conceito hoje é cientificamente atribuído a uma listagem a ser contemplada, uma imposição científica. No entanto, se resgatarmos ideias expostas por em “O normal e o patológico” é evidente que a saúde transcende a ciência e está mais relacionada a uma normatividade pessoal e individual, associada não só a estágios da vida, tais quais: Infância, idade reprodutiva e envelhecimento, mas também cultura e valores pessoais. Dessa maneira. o processo saúde-doença é mais que a concepção de taxas e valores, mas está inerentemente relacionado a somatória de fatores determinado pela autonomia de cada um.

 

Ademais – para responder ao questionamento inicial –  é válido exemplificar através da área da psiquiatria moderna, mais especificamente, no tratamento farmacológico oferecido aos pacientes.  Atualmente, condutas como ofertar fármacos sem orientação, sem instrução  quanto a outras escolhas ou disponibilidade do medicamento são corriqueiras, em detrimento do estímulo ao autoconhecimento e ao poder de participação na terapêutica.. Todo esse contexto vem corroborando com a antiga prática paternalista da medicina, bem como na estipulação de terapias inadequadas e na falha de adesão ao tratamento.

 

Sendo assim, tendo em vista o conceito de saúde e a constituição em relação aos DIREITOS em saúde (1988 – saúde é um direito de todos), torna-se evidente a importância da Autonomia do paciente e o uso de estratégias para estimulação dessa. Nesse contexto, é considerável lançar mão da Gestão Autônoma da Medicação com os grupos de GAM, promovendo maior conveniência na relação médico paciente, estimulando o autoconhecimento e integração coletiva.

 

Referência –

Canguilhem, G. O normal e o patológico. 4.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

Onocko-Campos RT, et al. A Gestão Autônoma da Medicação: uma intervenção analisadora de serviços em saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva, 2013.