O vaginismo pode aparecer em qualquer fase da vida da mulher e diversas são as situações que propiciam o seu surgimento. O período do pós-parto é um deles, por ser um momento delicado, em que pode haver traumas físicos ou psicológicos. É importante que o diagnóstico seja feito por um médico especializado, para que o tratamento mais adequado a cada paciente seja seguido.
De acordo com estimativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), “43% das mulheres terão algum tipo de disfunção sexual ao longo da vida e precisarão de acompanhamento médico”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também aborda o tema e ressalta que a disfunção sexual inclui pacientes que sofrem com distúrbio de excitação, desejo sexual hipoativo e alguns transtornos da dor, como o vaginismo.
Vaginismo e suas causas
O vaginismo é uma disfunção sexual feminina que causa a contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico, o que provoca dor ou impossibilidade de penetração, seja na relação sexual ou na introdução de qualquer objeto, como absorventes e aplicadores de pomadas.
As causas para essa condição são multifatoriais e podem estar relacionadas a um mecanismo psicossomático ou a uma experiência sexual negativa real ou imaginária. Situações de outra ordem, como o pós-parto, também se aplicam. O ciclo de episódios, geralmente, é de medo da dor, ansiedade, contração e dor.
O vaginismo pós-parto pode surgir durante a gravidez ou surgir no puerpério, período de cerca de 45 dias depois da gestação. A vivência de um parto complexo, com dificuldades para a passagem do bebê, por exemplo, pode favorecer o aparecimento do problema.
Além disso, mudanças hormonais também podem, por exemplo, fazer com que a mulher perca lubrificação vaginal, causando atrofia vaginal, fissuras, ressecamento e dor durante a penetração no canal.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do vaginismo é feito por meio do histórico da paciente, de exame clínico e de investigação por imagem, caso seja necessário afastar algum problema orgânico.
O tratamento varia de acordo com as necessidades de cada caso. A Febrasgo considera que, devido à complexidade do problema, é importante que a paciente receba apoio emocional, orientação para conhecer o próprio corpo e avaliação da necessidade de tratamento por psicoterapia, fisioterapia ou outras formas de acompanhamento que tratam o componente físico e psicológico da dor.
No caso da fisioterapia para vaginismo, é feito o relaxamento da musculatura da região, por meio de técnicas e de exercícios específicos. Trata-se de uma especialidade que estuda e avalia todos os distúrbios associados à musculatura pélvica, com o objetivo de preveni-los e tratá-los.
Durante as sessões, o fisioterapeuta busca restaurar as capacidades físicas e funcionais do grupo muscular que compõem o assoalho. Isso porque, direta ou indiretamente, essa região é responsável por funções sexuais, intestinais, miccionais e pela sustentação dos órgãos internos.