Para quem imagina que são apenas 5(cinco) anos de graduação e que a formação acaba por aí se engana, a formação do Fisioterapeuta é continuada, requer muito planejamento para novos aperfeiçoamentos, exige preparo emocional para enfrentar situações extremas, além de ser ousado, criativo e didático para fazer um atendimento personalizado/humanizado.
A não valorização da profissão não é recente, mas vem se agravando na medida proporcional em que a competitividade e a aparente falta de mercado aumentam. É fundamental entendermos o que acontecia no passado e que é uma prática efetivada no Brasil até hoje, se buscarmos quaisquer fontes de pesquisas do IBGE. O salário pago às mulheres é mais baixo do que aqueles pagos ao homem.
A categoria da fisioterapia é formada, em sua maioria, por mulheres. Quando citei o que ocorria no passado era um fato bastante comum termos fisioterapeutas do sexo feminino que exerciam a profissão como um “hobbie” para sua satisfação pessoal, durante meio período do dia e sem nenhum estímulo de crescimento profissional. Como estava era bom; é desagradável citar isso, mas ocorria muito. Um outro ponto importante mencionarmos na raiz desse problema é a formação antiga do fisioterapeuta. Nem todos sabem, mas a fisioterapia no Rio de Janeiro cresceu e se firmou a partir da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). Um grupo de médicos ortopedistas, reumatologistas e neurologistas importaram a ideia da medicina física e reabilitação dos Estados Unidos e Europa e passaram a aplicá-la aqui. Surgiu um grande problema: quem iria “executar” as técnicas de tratamento fisioterápico? Foi, então, criado um curso técnico voltado essencialmente para a prática e os alunos possuíam nível médio de formação, usando calça jeans, tênis e camiseta branca como uniforme.
Essa lagartixa se transformou em um jacaré que se voltou contra esse grupo e a fisioterapia cresceu; passou a nível superior na década de 1960 e, quando ocorreu a regulamentação da profissão em 1969 pela junta militar que governava o país, todos aqueles de nível médio foram agraciados com o título de nível superior. Foram sem dúvida, grandes heróis esses profissionais, mas a base da profissão era puída.
O cenário atualmente já começa a ser outro, a passos lentos e esforçados estamos ganhando cada vez mais espaço na cadeia de assistência a saúde.
Por ruiharayama
Oi Railza,
não conhecia a história da fisioterapia, que interessante, ainda mais se pensarmos que uma das pautas da humanizaçao e da bioética é promover arenas de troca e construção de conhecimentos. Muito oportuno, mas você acha que ainda carregamos essa herança de um tempo em que mulehres de nível médio praticavam as práticas como hobbies?
O que esse novo cenário impõe para a categoria, do ponto de vista ético e bioético?