O GAT 12, pertencente ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Informação e Saúde Digital – PET Saúde/I&SD, tem como objetivo desenvolver estratégias didático-pedagógicas de educação midiática e saúde digital para os usuários. As visitas ocorreram na UDA-UFAL, onde fomos acolhidos pela preceptora Joselia, profissional de fisioterapia. Foi apresentada a sala da equipe multiprofissional , cuja estrutura física é ampla, porém acaba não comportando todos os profissionais, como também possui poucos recursos.
A equipe é composta por 10 profissionais de diferentes áreas da saúde: fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, profissionais de educação física, psicólogos e nutricionistas. A unidade atua em cinco territórios: UDA UFAL, Rosane Collor (Clima Bom), Graciliano Ramos, Village Campestre I e Denisson Menezes. Que possuem o prontuário eletrônico onde todas as atividades são registradas neste sistema, o que conecta toda a equipe.
Este relatório refere-se à unidade localizada atrás da UFAL. A unidade acompanha diversos grupos e projetos, como Estimular, voltado para crianças com atraso no desenvolvimento, Saúde Mental, Gestantes, Adolescentes, Sala de cuidados, grupo de Qualidade de Vida, Pet Saúde Equidade, programa Saúde na Escola (PSE) e o grupo LGBTQIAPN+, embora tenha sido relatada pouca adesão da equipe a debates específicos sobre esse público. Além disso, são realizadas reuniões de planejamento, discussão de casos e atividades de educação permanente.
Durante o projeto Estimular, foram observados atendimentos a crianças atípicas, especialmente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que são acompanhadas por toda equipe, porém o atendimento individual é conduzido pelas terapeutas ocupacionais, estagiárias de terapia ocupacional e pela fisioterapeuta Joselia. As atividades incluíam práticas lúdicas e estímulos sensoriais para favorecer o engajamento, o controle emocional e a organização comportamental. Apesar da resistência inicial e de dificuldades como pouca interação visual e adaptação às mudanças de atividade, as crianças apresentaram melhora ao longo dos atendimentos.
Um caso que me chamou atenção envolveu um jovem adulto de aproximadamente 22 anos, com comportamento de isolamento e hiperfoco. Em um diálogo entre a profissional de terapia ocupacional e a fisioterapeuta Joselia, nossa preceptora, foi relatado que o jovem passava o dia deitado assistindo ao desenho Bob Esponja. Apesar de não apresentar deficiência física ou dificuldades de locomoção, ele prefere permanecer nessa rotina. Sua mãe buscou ajuda, pois já havia recorrido a diversos profissionais e projetos sem sucesso. O desejo dela é que o filho possa sair de casa, caminhar e frequentar o parque com ela.
Esse relato traz reflexões sobre como o GAT 12 pode atuar para apoiar mães de filhos atípicos. Uma possível solução seria trazer os personagens que despertam o hiperfoco do jovem para atividades presenciais, como corridas ou caminhadas temáticas, por exemplo uma Corrida na Fenda do Biquíni, em que os participantes utilizem acessórios relacionados ao desenho. Outra ideia seria organizar uma caça ao tesouro no parque com elementos inspirados nesse universo.
Outra reflexão importante diz respeito à relação das mães de crianças atípicas com o uso das tecnologias: será que elas funcionam como aliadas na criação dos filhos ou acabam atrapalhando? Como não foi possível aplicar o questionário previsto, não há diagnóstico, mas essas reflexões orientam nossas observações também para esse público.
Essas análises se expandem para outros grupos acompanhados pela UDA, como LGBTQIAPN+, gestantes, adolescentes e o Programa Saúde na Escola. Atendendo usuários de diferentes idades e contextos, torna-se essencial observar os temas que aproximam esses grupos e os desafios que enfrentam, a fim de preparar momentos que sejam significativos e satisfatórios para todos. Teremos muito trabalho pela frente.
Universidade Federal de Alagoas – Campus A.C. Simões
GAT 12 do PET Saúde – Informação e Saúde Digital
Autor do texto:
José Cicero Pereira da Silva – Graduando em Educação Física
Coautora:
Preceptora: Maria Joselia – Fisioterapeuta (UDA-UFAL)