Durante nosso estágio de Saúde Mental, sob a orientação do Professor Sérgio Aragaki, tivemos o privilégio de vivenciar uma experiência única no CAPS Rostan Silvestre, com a prática de uma abordagem humanizada na saúde mental, nos permitindo reconhecer que sua promoção vai além do tradicional atendimento psiquiátrico.
Neste ambiente vivenciamos a diversidade das atividades terapêuticas oferecidas: Oficinas de Artesanato, Teatro e Música, Auriculoterapia e Grupos Psicoterápicos diversos. Notando-se que cada uma é essencial e única para promover o bem-estar dos usuários.
Dentre estes, destacamos o Grupo de Ouvidores de Vozes presente neste CAPS, cuja história, função e relevância foram discutidas nos encontros didáticos no HEPR. Infelizmente, por questões de horário e data, não pudemos participar diretamente, mas conseguimos entender, por meio de nossas discussões, o quanto este grupo contribui para a compreensão das experiências dos usuários e sua busca por alternativas à medicalização, além de promover um espaço de escuta e acolhimento fundamental.
Outro destaque foi o Grupo de Música, que demonstrou como a arte pode ser uma forma poderosa de comunicação e expressão pessoal. Para os usuários, tocar instrumentos ou cantar não era apenas uma atividade recreativa, mas uma maneira de se conectar com suas emoções e compartilhar suas histórias de maneira não verbal, muitas vezes mais profunda do que as palavras poderiam expressar. Além disso, nós e os integrantes deste grupo pudemos expandir este compartilhamento por meio de uma visita ao Marco dos Corais, onde eles cantaram em público e, de certo modo, retomaram para si um lugar de lazer.
Foto da visita ao Marco dos Corais/Gogo da Ema.
Ao longo de nossa jornada, construímos relacionamentos baseados na partilha de conhecimento e vivências com os usuários e a equipe técnica do CAPS. Isso nos permitiu ampliar nossa compreensão do campo da saúde mental, indo além do modelo clínico tradicional. Aprendemos a valorizar a importância de uma abordagem multiprofissional e a não restringir o cuidado ao tratamento medicamentoso, reconhecendo que o cuidado integral envolve o desenvolvimento de alianças terapêuticas que abordem o sofrimento de forma holística.
Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão aos usuários e à equipe do CAPS Rostan Silvestre por nos receberem e compartilharem suas experiências. Essa jornada foi inestimável para nossa formação profissional, abrindo nossos olhos para uma abordagem mais humanizada e inclusiva na saúde mental, que respeita a individualidade de cada pessoa. Estamos determinados a aplicar essas lições em nossa futura prática médica, buscando sempre promover o bem-estar e a dignidade de nossos pacientes.
Por: Rafael Malta, Maria Clara, Voney Mendes e Paulo Henrique – Estudantes no Internato em Saúde Mental do curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas
Por Sérgio Aragaki
É muito bom saber das contribuições que o estágio no CAPS e as discussões feitas sobre Saúde Mental e Atenção Psicossocial têm tido na formação em Medicina. Que sejam profissionais que possam contribuir na Luta Antimanicomial, Antiproibicionista e Desmedicalizante!
AbraSUS!