Recusa de tratamento. A autonomia do paciente favorece ou prejudica o tratamento?

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A falta de adesão ao tratamento representa um dos obstáculos para redução do agravos em saúde, sejam eles oriundos de doenças agudas ou crônicas. Apesar de estar em menor evidência no cenário hospitalar, a recusa do paciente à terapia que lhe é oferecida pode, por vezes, gerar danos gravíssimos, além de, aumentar o tempo de permanência no hospital. Ao se pensar em medicamentos, a falta de adesão, muitas das vezes decorre do aparecimento de efeitos adversos indesejados, secundários e/ou previsíveis que causam desconforto e podem gerar outros problemas de saúde. Como exemplo a essa premissa, pode-se citar os medicamentos antineoplásicos, que por sua natureza química e/ou agressiva no combate ao câncer, acabam por debilitar também o corpo e causar grandes desconfortos. Todo tratamento por mais agressivo que seja é avaliado de forma que proporcione mais benefícios do que malefícios seu usuário e que todo desconforto por mais doloroso seja para melhora a ou cura da doença.

A partir destas perspectiva, até que ponto a autonomia do paciente reflete seus interesses de saúde e sobrevivência quando se trata de aceitar ou recusar o medicamento. De forma contraria, até que ponto o que foi avaliado pela equipe de saúde representa a melhor conduta para aquele que receberá o tratamento.

Apesar de toda bagagem técnica que o processo de formação acadêmica e profissional nos proporciona, devemos tratar o paciente de forma mais holística e menos biológica. Lembra-se, um simples termo de recusa de medicação não vai resolver o problema de ambas as partes. Usar o bom censo, com uma escuta ativa e ética, por mais principalista que seja, podem ser ponto de partida para uma excelente relação entre aquele que cuidador e o que é cuidado, favorecendo assim a adesão ao tratamento.