Pergunto a redução de danos não vai de encontro ao proposto pelo CAPS AD. Porque no CAPS AD que trabalho o proposto é manter os pacientes abstinentes
4 Comentários
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Por Dênis Petuco
Oi Cláudio!
Olha… Sem querer ser chato, mas preciso dizer que é o oposto, ou seja: não é a Redução de Danos que é contrária às diretrizes de trabalho em CAPSad, mas sim a exigência de abstinência. Ou seja: na verdade, o "problema" não está com a RD, mas com o CAPSad em que você trabalha.
Agora, é preciso problematizar as próprias noções de RD, na hora de adaptá-las ao trabalho em CAPSad. Há uma ética do cuidado inerente à RD, e é esta ética que precisa ser observada em um CAPSad. Não dá pra deixar de acolher às pessoas que não conseguem parar de usar, por exemplo. Além disto, também se deve acolher os casos em que os usuários relatam ter melhorias quando substituem crack por maconha (o que não significa oferecer ou recomendar maconha).
Enfim… É preciso rever conceitos…
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oi Dênis! Em nenhum momento coloquei que deixamos de acolher usuários que tiveram recaída,mas sim entendo a lógica da razão do CAPS AD em atender o anseio do usuário,de seus familiares e da sociedade para a questão da dependência química que a cada dia faz aumentar a relação deste problema com estatísticas de ocorrências policiais.
Por Dênis Petuco
Não quis dizer que vocês não acolhem às pessoas que chegam ao serviço; estava apenas explicando que Redução de Danos, no âmbito de um CAPSad, se expressa por esta dimensão de um "acolhimento incondicional", ou seja: não há condições para o ingresso da pessoa no serviço. Se ela deseja parar, vamos ajudá-la; se ela não deseja parar, também vamos ajudá-la. O CAPSad é um serviço de saúde que tem por objetivo cuidar das pessoas que usam drogas. Por óbvio, uma parte importante deste trabalho é contribuir para a abstinência. Mas, e quando não for este o objetivo da pessoa de quem cuidamos? Por certo, não temos o direito de dizer a ela algo como "Se você não quer ajuda, não posso fazer nada". Se ela está ali, é porque quer alguma coisa, e isto nem sempre é uma "abstinência total".
Não há nenhum absurdo nisto Cláudio. tanto que é esta a diretriz indicada pelo Ministério da Saúde. Mas pode ser complicado, até entendermos que nosso trabalho, nos CAPSad, não se reduz a contribuir para que as pessoas consigam a abstinência. Lhe digo: trabalho em dois CAPSad, e este tem sido um desafio difícil. Difícil, mas pleno de realizações.
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Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
A lógica do CAPSad é sim trabalhar a redução de danos, acredito que talvez precisem retomar e rever a legislação , da criação, funcionamento dos Caps portaria GM /MS 336/2002 um dos objetivos, garantir ao usuário atenção, acolhimento livre de preconceitos, comtemplando uma abordagem que não vise a abstinencia total como única meta viável e possivel aos usuários do serviço.