Como ex-presidente do conselho municipal de saúde de Passos, tenho por várias as vezes, observado a dificuldade em colocar em prática, vários temas e programas criados através de conferencias e discussões com os gestores do SUS.Não tenho nada contra a boa remuneração dos profissionais, mas esta cada vez mais difícil, separar o valor que dispensada a classe médica em detrimento dos demais profissionais, as ultimas dificuldades esta relacionada a falta de médicos, pois desta maneira, atendimentos são desmarcados, pacientes revoltados com a enfermagem, pois é a testa de ferro desta situação, e o pior ou pagam o que querem ou param de atender, diferente quando o atendimento médico, ou melhor a profissão de médico era por amor ao próximo, hoje o juramento, me desculpe o trocadilho ficou "HIPÒCRITA", dinheiro e nada mais.Desta forma, vejo uma população cada vez mais refém de uma categoria, isto so poderá ser combatido, com o aumento de faculdades e universidades de medicina por todo o pais, ou ao menos, que não permita em qualquer esfera, aumento de salário para somente uma categoria em detrimento de outra, é vergonhoso saber que o valor pago por um plantão médico, equivale a todo o mês de um enfermeiro….
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universidade6 Comentários
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Prezado Vilmar,
Fiquei tocado com a sua indignação a respeito do que se tem produzido em torno dessa questão da falta de médicos no SUS. Tenho acompanhado de perto o gasto de energia e de recursos de todas as ordens, os problemas causados à população decorrentes dessa crise. Convivo perto de muitos gestores municipais e esse tem sido o maior problema do SUS na visão de muitos deles. Mas gostaria de colocar um "todavia…" nessa conversa…
Será que a única análise que se pode fazer é que se trata de uma questão de poder de uma categoria ou de um problema de mercado? Será que é a "espertice" dos médicos o problema. Será que aumentar o número de médicos no "mercado" resolve o problema?
Eu particularmente duvido disso. É claro que não duvido que há médicos mercenários. Mas, não há nenhuma evidência que prove que salário ou qualquer valor de pagamento fixa médico no serviço público. Pelo contrário! Existem estudos que afirmam a associação inversa entre valor do salário e fixação. Dizem esses estudos que o salário atrai. Isso sim. Mas não fixa! Portanto, nessa matéria, não me arriscaria a dizer que o problema é que os médicos são mercenários, pois não temos evidências disso. E a menção de casos particulares e extremos, servem apenas como exemplo do que se quer afirmar.
Sobre o valor de remuneração dos profissionais médicos e a comparação com os demais profissionais… Sinceramente, na maioria das vezes me parece uma conversa de ressentimento puro. O salário médio de um médico de saúde da família gira entre 5 mil e 8 mil reais por mês. Na inglaterra, esse valor é de 80 mil euros por ano. Faça as contas… Na minha opinião, o salário ainda é muito baixo! O argumento comparativo é ruim também, porque quem ganha mal é o enfermeiro, o psicólogo, os outros profissionais. Não se pode afirmar que os médicos ganham mais do que deveriam baseado no argumento de que os outros recebem um salário de fome. Esse é o argumento que bota os trabalhadores em pé-de-guerra uns contra os outros. E enquanto isso, esmorece a discussão do subfianaciamento, da lei de responsabilidade fiscal que coloca todos iguais em termos de gasto, sem considerar, no caso da saúde, que os municípios estão além do seu limite de financiar políticas de saúde de um sistema único e nacional. É isso que está errado na minha opinião. Deveríamos ter uma carreira SUS! Veja o salário dos policiais federais, dos fiscais da receita federal, dos cargos de nível superior do Judiciário de me diga se os médicos ganham altos salários. Nesse rumo, perdemos as boas alianças que poderíamos fazer.
Será que abrir mais faculdades, mantendo a bandalheira da falta de controle sobre a formação dos médicos, não faria apenas engrossar as fileiras de superespecialistas que ficam se engalfinhando uns com os outros por uma fatia de mercado e pela possibilidade de fazer parte dos "bons convênios". Os médicos estão cada vez mais mal formados. O nosso Estado não controla a formação de especialidades, como faz a Inglaterra, o Canadá e outros países que têm 70% dos seus médicos como generalistas. O mundo já sabe que não é possivel um sistema de saúde alcançar bons resultados sem atenção primária forte. E também que não é possivel ter atenção primária forte sem o Estado regular fortemente a formação dos profissionais de saúde e sua entrada no mercado de trabalho. No Brasil o SUS convive com as regras do "Sr. Mercado" em um capitalismo selvagem. A União investe muito pouco em saúde, os estados não repassam o que deveriam, os municípios se afogam, estão isolados e se constituem em apenas mais um "empregador". Disputam de forma predatória uns com os outros. Aí está o problema! Para resolvê-lo alguns têm pensado que deveriamos fazer algo como o "chavismo". Eu descordo! Acho que temos condições de construir um pacto social com alianças fortes e amplas para fazer acontecer as mudanças. E tenho certeza de que isso não acontecerá sem os médicos também.
Aqui em Erechim RGS enrfentamos este mesmo problema não entro no mérito dos salarios, estamos com grandes dificuldades nos programas pela falta deste profissional no capsad dois anos em aberto ESF ? onde estão os profissionais? consultórios? e a comunidade não entende criticam os gestores achando que é falta de fazer mas os editais estão em aberto.
Por Angela Vaz7
Sonia Mara
Bom Dia
As alegações que ouço que a maioria recusam de permanecer 08 horas de jornada.E vejo também a não formação de sanitarista hoje.Se cobrar vão embora,sabemos que a maioria não fazem as 08 horas e as cobranças vão deste os gestores até a comunidade o não cumprimento da jornada.
Saudações
Por Marco Pires
Há um ser de ser médico que não é individual. Como qualquer outro grupo social, na corporação médica o indivíduo é absorvido e os pretensos interesses de uns e outros constituem uma identidade coletiva que no final é bem mais que a soma de suas partes.
Assim, longe de julgar o profissional médico na figura de um ou outro colega da saúde, cabe julgar o papel que tem cabido a esta corporação dentro do SUS, suas relações com o sistema e diagnosticar através dos fatos o que pode explicar a concentração de médicos nos lugares onde se concentram as fatias do financiamento do SUS.
Sinceramente, estou pensando em estudar isso em uma dissertação de mestrado.
O fato mais evidente, para lembrar o óbvio ululante citado pelo Ricardo Teixeira, é o da concentração da corporação em torno dos municípios onde fica a maior parte do financiamento.
Outro, é sua ligação umbilical com a gestão do sistema, não dos serviços. O fluxo dos recursos (mas não a gestão da atenção) é muito de perto controlado pelo sindicato e conselho de medicina em todos os respectivos Estados do Brasil.
Em todo o Brasil uma meia dúzia de pessoas controla o eficiente sistema de reembolso dos serviços prestados ao SUS.
A demanda reprimida oferece conforto e segurança aos operadores do mercado de procedimentos eletivos que tem uma tabela muito bem paga pelo Ministério da Saúde.
Exemplo: O Estado se Santa Catarina compra procedimentos da Santa Casa de Porto Alegre ao custo da tabela SUS. Assim, a demanda reprimida é gerida de modo a oferecer o máximo de rendimento em faturamento sem deixar que os profissionais da área de procedimentos eletivos atue com capacidade ociosa.
Enquanto isso, as emergências e rede básica sofrem a eterna falta de recursos para fornecerem atenção adequada.
Por outro lado, cumprem muito bem a função de prospectar os procedimentos de alta complexidade em torno dos quais se acotovelam especialistas médicos que se dividem em cargas horárias mal cumpridas dentro do SUS. Além de brigarem entre si pela realização de procedimentos de alta complexidade. De certo muito bem remunerados na rede privada conveniada ao SUS.
Hoje nenhum hospital de grande porte sobrevive sem realizar procedimentos para o SUS. Porém, se toda a demanda reprimida tivesse atendida suas demandas o sistema sofreria um colapso e a fadiga dos metais faria crescer a indústria de erro médico que emana das recentes sentenças do Supremo Tribunal Federal.
Neste sentido cabe reconhecer que realmente alguns salários por mais elevados que sejam não atraem profissionais médicos.
É o caso dos reguladores da rede SAMU de nossa região metropolitana. Como tudo fica gravado, o risco e portanto o custo benefício não compensam contratos emergenciais. De modo que, as vagas para concurso recentemente aberto em edital de concurso público superam as inscrições.
É a corporação em movimento. Não podemos deixar de reconhecer que o mesmo se passa em relação aos demais profissionais da saúde. Sejam os de nível superior, sejam os de nível médio. O que nos move são interesses que em grupo, não são regidos pelos parâmetros morais que regram nossas ações individuais. A corporação médica se destaca pelo perfil histórico de uma categoria, que embora há muito e cada vez mais, proletarizada, tem na mítica visão do senso comum, um resíduo da aura dos mágicos da idade média e dos cientistas da renascença e iluminismo europeu…
A solução está na ação lúcida do Controle Social. Ter em mente essa complexidade torna mais óbvia e menos misteriosa a gestão do interesse coletivo, mantido acima dos interesses das corporações de trabalhadores e empresários que compõe uma parte do SUS.
Prezado Marcos Pires,
Gostaria de agradecer sua manifestação, e não poderia de parabeniza-lo pelo sua forma poética ,porém, séria, em expressar sua opinião, me fez levar a um raciocínio " As vezes complexados conflitos, terminam com simples palavras", Deus te preparou de tal forma, para que suas mãos tratem a matéria, e suas palavras tratem o que é mais importante, o " SER"…
Um forte abraço,
Vilmar Castro
Por Angela Vaz7
A minha analise Vilmar,da valorização dos profissionais da área de saúde é somente a união,temos que aprender isso.
Além,do mais principalmente o setor público ter realmente técnico com compromisso assumido sem vaidade e amadurecido em assumir o seu papel.