Videoconferência e maternidades: tecnologia a favor da qualificação dos profissionais

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A Rede Perinatal de Belo Horizonte foi o tema da primeira videoconferência do Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais, na tarde do dia 10 de agosto. O evento fez com que gestores das áreas técnicas de saúde da criança e atenção básica, membros de universidades e usuários do SUS conhecessem  a organização do trabalho de atenção perinatal no SUS- BH, modelo para o Brasil e discutissem como implementar a rede em suas localidades.  19  pólos da Rede Universitária de Telemedicina transmitiram o evento assistido presencialmente por mais de 200 trabalhadores da Amazônia Legal e Nordeste.

 

A supervisora do Plano Sonia Lansky, expôs a construção da linha de cuidado perinatal em Belo Horizonte, e mostrou que desde 2007 esta rede possui sete maternidades: uma federal, duas estaduais, duas  municipais e duas filantrópicas- há dez anos atrás  eram 16 maternidades  e  70% dos leitos eram de hospitais privados-conveniados ao SUS. O que fez a diferença, segundo Lansky foi a alteração desse modelo antigo pela  gestão local sobre todos os serviços, inclusive os federais e estaduais, o monitoramento da qualidade com melhoria da gestão hospitalar, a opção pelo investimento na rede pública e filantrópica. Atualmente a Rede de BH não conta com nenhum leito  privado conveniado  ao SUS. Outras ferramentas que facilitam o dia a dia do trabalho em rede também foram alvo da conversa de outros expositores da área hospitalar e regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, como a supervisão hospitalar, central de internação, central de marcação de consultas e também a atuação do SAMU na rede de saúde. (vide reportagem sobre Acolhimento em Rede).


De acordo com a enfermeira  Noíse Pina Maciel , de Cuiabá – MT, o evento foi importante para conhecer a experiência de BH. “ Aproveitamos o momento para discutir a realidade do atendimento de urgência e emergência obstétrica pelo SAMU do estado, e decidimos que a secretaria estadual de saúde vai promover uma reunião com todas as maternidades do SUS, SAMU e central de regulação para avançarmos na construção da rede”,   afirma ela, que é apoiadora do Plano na Maternidade Hospital Santa Helena.

No Maranhão, as equipes do Hospital Materno Infantil de Imperatriz,  da Maternidade Marly Sarney, Secretaria Municipal de São Luís e Hospital Universitário da UFMA assistiram juntos à videoconferência e propuseram inovações para a criação da rede perinatal no estado. “Valeu a pena, pois foi muito motivador para nossa articulação”, diz a pedagoga e apoiadora do Plano Benta Lopes.  Em Manaus, as pessoas acompanharam do Telecentro na Universidade Estadual, com representação das secretarias estadual e municipal e maternidades.

Atenção Obstétrica e neonatal entram na roda

Em setembro, a pauta da videoconferência foi a Atenção Obstétrica e Neonatal. As autoridades no tema que conduziram a conversa foram o obstetra do Hospital Sofia Feldman João Batista de Castro Lima, a enfermeira obstetra da PUC Minas Miriam Leão e o diretor do Hospital Santa Marcelina e coordenador do ALSO no Brasil Marcos Imayo.

 Sob coordenação da supervisora Esther Vilela, eles falaram sobre boas práticas que favorecem a humanização do parto, como trabalho em equipe, acompanhante de livre escolha da mulher, contato visual e pele a pele entre mãe e recém nascido,  e métodos não-farmacológicos de alívio da dor, como o contato da gestante com água. Os palestrantes também desmistificaram alguns procedimentos hoje utilizados rotineiramente mas que só devem ser administrados em casos específicos, como o uso de ocitocina, o jejum durante o trabalho de parto e  a episiotomia (incisão na região do períneo para aumentar o canal do parto).

A apoiadora da Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Hospital César Cals relata que  os participantes elogiaram bastante a iniciativa, consideraram os temas abordados bastante relevantes e pertinentes à realidade do Ceará “Adorei quando falaram que  condições físicas não impedem a inclusão do acompanhante” diz Adriana Melo.

A videoconferência foi transmitida ao vivo pela internet, e também pela Rede Universitária de Telemedicina, em parceria com a   Secretaria  de Atenção à Saúde e Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde.

A próxima videoconferência do Plano de Qualificação das Maternidades e redes Perinatais da Amazônia Legal e Nordeste é dia 05 de outubro, com o tema  acolhimento. Elas serão transmitidas ao vivo pelo site HTTP://rute.rnp.br. Em breve o conteúdo desta videoconferência estará disponível online.