Me disseram que esse escrito daria um post. [Será???]
POSTAREI EXPERIMENTALMENTE:
Nesses dias de ‘faxina da alma’ tenho lido o livro Caos.
Talvez muito do que trata o autor Hakim Bey esteja mexendo com a poética do meu existir… (Ricardo, você é um Terrorista poético por indicar esse livro!)
Não sei onde pousarei após tantos vôos. Sinto-me um ‘albatroz’ que abriga camundongos curiosos entre suas longas asas. Risos!!!
Sinto-me um complexo interdimensional que se desloca nas praias virtuais… Uma andarilha que aglutina-se a outr@s andarilh@s pelos caminhos do pensamento… do sentimento… da energia.
Aproveito o ensejo para esboçar uma pergunta:
– Em que medida a cumplicidade sem medida do mundo virtual aconteceria se fossemos conviver cotidianamente?
Assim pergunto porque tenho imaginado muitas conexões com pessoas próximas (do meu círculo de amigos antigos e amigos recentes) , que considero transbordantes em potencial, mas se revelam verdadeiras ‘portas de aroeira’ (duras e resistentes) na convivência cotidiana, mesmo havendo laços de bem querer. Digo isso pensando no que está acontecendo, particularmente, com uma grande amiga que em tempos passados tinhamos cumplicidade em abundância e hoje trocamos apenas mensagens socialmente formais.(snifff!!!)
Concordo com a constatação de que na contemporaneidade há uma tendência à exacerbação do medo do comunal e incentivo ao isolacionismo egoico. O vazio causado pela ausência da convivialidade das cadeiras nas calçadas, talvez, esteja sendo preenchido pelas conversas virtuais. Isso é uma ‘suposição’ que procuro compreender em várias instâncias.
Desconfio que a riqueza dos diálogos ‘tr@ns’ em nosso grupo virtual seja produto de ‘permissões’ individuais , potencializadas pelo respeito grupal. De certa maneira compomos um grupo apoiador, principalmente no âmbito da afetividade solidária. Quando algum de nós fica ‘bisonho’, ‘sorumbático’, ou entra em crise existencial , os demais adensam o espaço de apoio. Há uma mobilização de intenções, de criatividade, de gestos que transbordam para outros recursos (telefone, skype,msn,cartas, pequenos gestos ‘mimosos’ e encontros presenciais). Isso difere dos laços de família, talvez, devido a inexistência das trocas simbólicas do parentesco. (e tem coisa mais complicada do que a trajetória parental de alguém?).
Podemos, sem perder nossa autenticidade, vestir avatares de filhos, irmãos, pais, sem sermos filho, irmão ou pai de nenhum de nós. Podemos ser o que escolhemos ser, sem amarras. Nossa comunicação flui horizontalmente. Não há hierarquia, não há mais velho ou mais novo, mais antigo e mais recente. Somos tudo e nada, com uma infinidade de matizes entre o preto e o branco.
Somos cadências, compassos, acordes, notas musicais compondo muitas sinfonias
.
Vou parar por aqui, pois a vontade é deixar jorrar sem estancar a hemorragia…
Meu censurador racional recomenda freio!!! Mas ainda estou voandooooooooooooooooooo…
Se vocês notarem um movimento estranho no céu, lembrem-se: Pode ser Rejane em seus passeios no espaço entre um e outro pensamento. Re.j.e.
Por Ricardo Teixeira
Re.j.e.,
Querida amiga,
Ler Caos durante uma faxina geral na alma… Não é todo mundo que segura essa onda!
É, mas eu sei que esse livrinho mexe. Pra algumas pessoas, mexe fundo. Só indico sua leitura a essas pessoas.
E se mexe, no fundo, é porque a rebelião já tomou conta de todo o corpo e, certamente, a sua anatomia já começou a ser refeita, como primeira etapa da transformação total na "poética do seu existir"…
Mas se um livro não tiver essas consequências, não produzir tais efeitos, qual é o interesse?
Uma faxina das boas pra você!
Beijão,
Ricardo