Como bem disse a Shirley: "Adesivar nossos carros é muito pouco !!! "

Mas o adesivar carros também corresponde a uma das ações que visibilizam o movimento em defesa do SUS.Quem não pode estar em macro-cenários pode colaborar em seus cenários cotidianos. (no ‘mano-a-mano’ de cada procedimento).

Estamos num momento crucial de nossa Reforma Sanitária, no qual as forças privatizantes se aproveitam das fragilidades e desmobilizações dos trabalhadores. Se Aproveitam dos problemas para impor ‘novos’ modelos como a ‘salvação da lavoura’. Esses ‘modelos’ criam distorções que confundem, dividem, segregam, classificam como bois numa fazenda (aos ‘touros’ os melhores cuidados e ao ‘gado de corte’, o matadouro)

Muitos exemplos descritos em posts anteriores constatam que é preciso haver coesão de apoios e forças em cada espaço (serviços, gestão, controle social, coletividade, grupos) para que se possa coibir as medidas que ponham em risco os princípios norteadores de nosso Sistema Ùnico de Saúde.

Tal coesão não significa homogeneização, pois o respeito às singularidades/diferenças é um dos pressupostos que estão na origem das construções das diretrizes do SUS. NInguem deve ser obrigado a pensar igual, mas é importante que todos tenham acesso às informações e garantias de acesso público à serviços de boa qualidade para que possam decidir o que querem fazer e como querem viver. É preciso também que seja garantido o custeio adequado das intervenções que salvam vidas e recuperam o vigor da pessoa acometida por doenças.

Isso também já sabemos, mas nunca é demais relembrar.

Shirley, Parabéns pela iniciativa de trazer à RHS e ao Blog Saúde com Dilma esse instigante debate.

Relembrando a fábula usada pelo saudoso Betinho como metáfora para a solidariedade   https://www.truco.com.br/beijaflor/betinho.html , quero dizer que,  como um beja-flor no incêndio, você está fazendo a sua parte e incentivando muitos outros beija-flores.

Saudações esperançosas. Re.j.e

Queridas Shirley e Rejane, muito importante que mobilizemos nossas forças, como trabalhadoras e trabalhadores do SUS, no sentido de fazer acontecer alguma coisa que interfira no rumo desses acontecimentos de privatização do SUS. As forças contrárias são "poderosas" e , ás vezes, temos a sensação de que "não tem mais jeito", a cada hora é uma nova notícia "de surpresa!" sobre ações contrárias ao SUS, que ferem a equidade, a integralidade, a universalidade de nosso sistema.  Como a decisão no último dia do ano (31/12/2010) sobre Portaria referente aos Hospitais Universitários. Vamos lá Shirley, muito importante suas intervenções aqui e no Blog Saúde com Dilma, que tem se mostrado como um espaço potencializador de nossa luta em defesa do SUS! grande abraço, Ana Rita 

Pessoal,
Essa situação de dupla-porta do InCor não é nada nova. E não é o único hospital universitário que é assim!
Pelo menos desde 2001 quando entrei no movimento estudantil topamos com essa briga. Na Unicamp, sendo uma faculdade mais nova (com menos vícios e poderes tão enraizados) ainda conseguimos barrar certas pretensões que surgiram lá pelo começo da década. Inclusive fazendo candidato favorável à dupla-porta perder as eleições à superintendência do HC.
Isso está instituído e precisaria de um movimento bem amplo de trabalhadores, gestores, usuários e movimentos sociais indo pra rua. O movimento virtual, expressa opinião, conscientiza, mas não vai nem fazer cócegas nisso. Não estou jogando balde de água fria, mas se vamos agir precisamos ser enfáticos e eficientes.
Entretanto, há um movimento instituinte que reforça essa prática, que estamos perdendo e que se continuarmos perdendo situações como as do InCor serão praticamente irreversíveis. Falo da lei do Goldmann/Serra/PSDB/DEM que permite o uso de 25% dos leis hospitalares por particulares. Na prática essa lei regulariza a situação do InCor e aprofunda a privatização!
Isso sim é deveras preocupante.

O que podemos fazer quanto a isso?

Olá pessoal,

Acredito que é a partir da coletividade que os movimentos ganham força. Vejo ainda muito profissionais de saúde, alguns de muito boa vontade, mas que desconhecem quais são realmente as propostas e diretrizes do SUS e por vezes, não sei se inocentemente, ingenuamente ou não, contribuem para um sistema perverso que acomete a população e profissionais, e porque não gestores.

Antes da criação do SUS, a saúde não era considerada um direito social. O modelo de saúde adotado até então dividia os brasileiros em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada); e aqueles que não possuíam direito algum. Assim, o SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e cuidar e promover a saúde de toda a população. Ele constitui um projeto social único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. Tal proposta buscou no conceito da determinação social do processo saúde/doença e na crítica à perversidade do sistema político, econômico e social, que mercantiliza a doença e a saúde.

O SUS é resultado de um movimento social que há tempos longínquos vem lutando por uma sociedade menos desigual. Ainda hoje, muitos esforços são empreendidos para implementar os direitos na prática, um exemplo disso é o acesso aos serviços, bem como o acompanhamento e responsabilização pelas necessidades de cada usuário e a participação dos sujeitos permanecem como desafios a serem superados. É importante lembrar que o SUS faz um resgate da cidadania quando abarca as várias dimensões envolvidas no processo saúde-doença-atenção.

Entende-se o SUS como um processo que está em construção permanente, sendo que seu desenvolvimento vai depender de muito esforço dos atores sociais envolvidos: gestores, trabalhadores e usuários.

Inúmeros são os desafios face às deficiências do Sistema Único de Saúde, pois muitas são as fissuras.

Há(ja)Braços SUS-Pirantes!

Juliana Prebianca – Psicóloga – SMS Joinville/SC