Medicalização da Educação, da Saúde e da Sociedade: seminário com transmissão pela RHS
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O Fórum sobre a Medicalização da Educação, da Saúde e da Sociedade, o Centro de Saúde Escola do Butantã (FMUSP) e Rede HumanizaSUS promovem nesta sexta-feira, dia 22 de junho, às 14h00, no Anfiteatro do Centro de Saúde Escola, o Seminário MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO, DA SAÚDE E DA SOCIEDADE: A QUEM INTERESSA E COMO ENFRENTAMOS ESTA QUESTÃO?
Estão todos convidados a participar, seja presencialmente, para quem estiver em São Paulo, seja pela SALA DE EVENTOS DA REDE HUMANIZASUS, de qualquer lugar do mundo!
Divulgue e participe!
15 Comentários
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Por Ricardo Teixeira
Por Ana Rita Trajano
Muito aprendemos e refletimos a partir desses debates entre pessoas tão importantes para a Saúde e Educação de nosssos Jovens e Crianças! Parabéns, em especial à RHS e ao companheiro Ricardo! Agradecida, abraSUS!
Ana Rita
PNH / MS – Minas
Por stella nicolau
Três horas com o fone de ouvido na cabeça e sem sair da cadeira nem para o xixi. Muito boas as falas da Maria Aparecida e da Adriana Marcondes sobre o processo insidioso da medicalização da vida que nos captura.As falas dos presentes foi um evento à parte: realmente foi um encontro de "TODinhos" e "TODões" (TOD: transtorno opositivo desafiador). Pelo menos não somos mais "café com leite" nessa discussão, né Ricardo? E ficar conectada com a galera da RHS e meus (ex)colegas de luta e trabalho no Butantã foi muito gostoso!
E é preparatório para a construção daquilo que chamamos de "recomendações" para os profissionais que trabalham mais diretamente com a questão. Trata-se de produzir ou dar visibilidade a novos modos de desmontar aquilo que nos chega como "doença" da criança.
beijos,
Iza
Por stella nicolau
…e eu torcendo para vc ir lá na frente falar alguma coisa…nem apareceu na frente da câmera para eu mandar um beijinho!
E as falas foram tão boas e tão contagiantes que ficava difícil quebrar com outras falas o clima de amor aos valores que elas explicitaram tão bem…eu só queria sentir o perfume de que falou a Estela Marcondes!
Um beijo e obrigada por tua participação que fui lendo ao lado do Ricardo.
Iza
Por Estela Marcondes
Por alguma razão, o debate de ontem me suscitou reflexões do estilo das de "Clarice Lispector (que pretensão!) em "Água Viva"…..hehehe…..Fiquei confusa (de um jeito bom), cheia de idéias, paradoxalmente angustiada com as tensões explicitadas e excitada com possibilidades de mudanças, de parcerias….brainstorms…
Me senti profundamente honrada e feliz por estar naquele debate! Os apontamentos da Maria Aparecida encantaram, fizeram refletir, fizeram rir… O texto da Adriana Marcondes emocionou e me provocou….
Minha monografia na faculdade foi sobre a t.o. e a ambiência na escola, refletindo sobre ambientes educacionais inclusivos e a "exclusão perversa" (utilizando a expressão de Sawaia) que tem ocorrido nas escolas! A reflexão que ela fez sobre a "reprodução da lógica" julgadora e formatadora em seus próprios alunos, explicitada nos relatórios dos estagiários, e a questão do olhar que reproduz nos julgamentos das escolas e professores o mesmo fato criticado (normatizar, julgar, não felxibilizar etc) me fez pensar muito…Pensar de um jeito mais "macro", eu acho! E como diria Paulo Freire, "consciente do meu inacabamento" (tendo, o inacabamento, uma positividade incrível!)!
Me senti "fagocitada" pelas idéias de uma platéia de TODs tão experientes e interessantes…ao mesmo tempo motivada e confiante na possiblidade e na potência do ENCONTRO!
(Abro, aqui, um parênteses……Apesar de serem todos TODys, o slogam era de nescau: UMA ENERGIA QUE DEU GOSTO!haha)
A vontade que me deu foi fazer uma roda com todas aquelas pessoas , sentar em um parque e conversar até a madrugada………conversar, conversar, conversar, debater, refletir,me deixar contaminar pelas idéias e energias (talvez a expressão "ser contaminada" aparente passividade…….mas a essência não é essa), chamar para a conversa colegas tão queridos que me vieram em mente durante o debate de ontem, principalmente algumas amigas da faculdade – que, recém-chegadas no mercado de trabalho, estão precisando urgentemente conseguir extrair das TENSÕES colocadas no sistema de saúde, no sistema educacional e na sociedade um SOPRO DE CAPACIDADE DE APOSTA em possibilidades de mudanças…um "Respiro", uma "brecha"…
Minhas palavras estão confusas, eu sei! Mas é isso mesmo!
Acho que estou confusa até mesmo com este "lugar" que ocupo neste momento da minha vida…um lugar ambíguo de estudante-profissional, no aprimoramento em Saúde Coletiva….. Alguns professores estão se tornando colegas de trabalhos profissionais em que eu me espelhava e ainda me espelho (como a Stella Nicolau) estão presentes, agora, de uma forma diferente em minha formação….E estou encantada com a possibilidade desta rede social em que escrevo agora! Poder compartilhar pensamentos confusos como estes com todas essas pessoas e colegas é incrível =)
Voltando à Clarice, "Que estou fazendo ao te escrever? estou tentando fotografar o perfume"…..é isso! Não dá!
Não dá pra fotografar o perfume…..
então fico agora me deliciando com os perfumes que rodearam no debate de ontem, excitada com a possibilidade de encontrar perfumes nas tensões colocadas no cotidiano do trabalho em saúde…
Por stella nicolau
Linda sua reflexão, Estelinha, e a metáfora do TOD já está inspirando mais brincadeiras de associações como fez Adriana Marcondes em sua fala: TOD lembra "café com leite" (que não queremos ser nessa discussão), que lembra nescau, que lembra energia que dá gosto!, e por aí vai…Fico muito feliz em ver essas novas gerações de TOs já envolvidas com a construção de um novo mundo dentro desse mundo, um mundo de mais encontros e menos julgamentos. Também fiquei tocada com o quanto somos arrogantes com os professores e a escola, e o quanto é preciso de uma outra aproximação de fato com essa questão. Adorei a ideia da escrita aberta a todos os envolvidos. Isso coloca na roda toda uma ética de relação com o outro. Realmente ontem foi uma tarde, como diria Guimarães Rosa, "inventada no feliz".
Beijocas
Por Ricardo Teixeira
Tá inventada a felicidade com esses comentários tão maravilhosos, a começar pelo seu, Estela.
Essas EStellas, TOs, são mesmo desafiadoras! Tenho o privilégio de conhecer de perto e já ter realizado algum tipo de trabalho com as duas. É sempre assim, deliciosamente intenso.
Beijos,
Ricardo
A tua análise de nosso encontro é produtora da mesma intensidade que vivemos por lá ontem: excitação com a possibilidade de outros modos de acolher as crianças; pessoas que compartilham histórias de luta contra as obscuridades; uma estética de existência potente e afetuosa; pensar que as tensões trazidas magistralmente por nossa querida Adriana são fonte de pensamento e vida e não de divisões entre pessoas, categorias ou quaisquer outras codificações.
Tuas palavras não revelam nenhuma confusão, ao contrário. Há muita lucidez em teu comentário. E beleza contagiante!
Iza Sardenberg
Coletivo de Editores/Cuidadores da RHS
Por Ana Rita Trajano
Agradecida a vocês que nos afetam e contagiam com estes perfumes … vamos entrando na roda e que seja uma 'inclusão saudável'… ou, como tentamos experimentar em movimentos / processos da PNH / HumanizaSUS,:a 'tríplice inclusão' – (1) inclusão dos sujeitos / diferentes, (2) dos coletivos / redes e dos (3) analisadores sociais / conflitos / 'ruídos' / inquietações…
Estas reflexões nos despertam bons sentimentos e a esperança / aposta na realização / vivência de bons e potentes encontros entre os sujeitos, nos diferentes espaços de vida, trabalho e educação.
AbraSUS!
Ana Rita – PNH/ MS – Minas
Por Estela Marcondes
Nossa, agora que vi…escrevi "exclusão perversa"….queria dizer "inclusão perversa"!
Obrigada, Iza e Stella! Por sinal, Stella, acho que até seu nome me inspira!hahaa….é um PESO incrível! sempre que eu conto que sou T.O. e me chamo Estela alguém me diz "nossa, vc conhece a Stella Nicolau???" e escorre mel pela boca da pessoa!! =)
muito interessante.
Fala Ramos Coelho, autor do livro "A Trágicomédia da Medicalização – A psiquiatria e a morte do sujeito" – ed. Sapiens:
Tive o prazer de assistir com Rejane, em casa, pela internet, as palestras do Fórum de medicalização neste domingo. Devo dizer que fiquei maravilhado, especialmente com a exposição da Dra. Aparecida Moyses. Que lucidez mental, clareza de pensamentos e pertinência na apresentação dos casos clínicos! O trabalho que ela tem feito ao longo de décadas, estudando crianças, me poupou um tempo precioso: eu estava atendendo crianças com problemas na escola (e alguns pais) para tentar entender o que estavam fazendo com elas e porque algumas delas estavam tomando psicoativos. O trabalho de Aparecida dirimiu todas as minhas dúvidas de uma só vez. O que eu estava chamando de “polematação” do homem, transformação do homem em coisa, a morte do sujeito, é o que ela chamou de naturalização do social, ou seja, tomar como algo natural e eterno o que é na verdade fruto de relações sociais e históricas, ou seja, descontextualizando o fato concreto do processo social e histórico que o gerou, tomando-o como algo dado, natural. A escuta das crianças está sendo silenciada, amordaçada pela ingestão dos psicoativos. Aquela criança citada, vítima de violência paterna, estava agredindo os colegas na escola e “desatenta”. Ao ser encaminhada para o neurologista por ser “problemática” saiu de lá com uma receita de dois psicoativos para ficar calminha e dócil na escola e em casa. Desta forma o pharmacolonialismo levou-a a sofrer a violência sem resistência e de forma mais passiva. Ela foi eleita como “o problema”, acobertando-se uma violência familiar e social.
Já havia comprado um livro da Aparecida e dois da Gisela e, após assistir os vídeos do Fórum, vou procurar ler tudo o que Aparecida publicou, pois com certeza ela tem muito a me ensinar.
Vou propor na escola uma apresentação seguida de discussão de dois vídeos: um apresentando a exposição da Aparecida, e outro exibindo o filme ”O marketing da Loucura” para esclarecer e alertar aos professores e donos da escola do que estão fazendo em nome “da saúde”.
Grande abraço e parabéns pelo magnífico evento!
Ramos
Teu comentário enriquece enormemente a compreensão dos efeitos que essas falas especiais produzem em nós. São colocações explicitamente comprometidas com a dimensão ético-política que as práticas de saúde não podem deixar de lado. Mostram a coragem de ir além dos discursos convencionais e apaziguadores sobre a questão.
Agradecemos pela tua participação e pelo belo livro que nos orienta em direção ao comprometimento corajoso.
um beijo,
Iza Sardenberg
Por Sérgio Aragaki
Só pra registrar…
Falas muito interessantes e que colaboram para nossas reflexões e práticas.
Ricardo disse que o evento estará disponível para ser assistido tb aqui em arquivo.
Parabéns a tod@s, à RHS e ao Ricardo.
abs,
Sérgio