Gonzaguinha de Messejana comemora três anos do projeto de humanização do parto

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O Projeto "Parto que te quero perto" completa três anos, em comemoração que será realizada amanhã, dia 26 de julho, às 19 horas, no Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana – Gonzaguinha de Messejana. Criado em 2009, o "Parto que te quero perto" é uma iniciativa do Gonzaguinha de Messejana, que tem como objetivo promover a humanização do parto e do nascimento, estimulando a participação do homem ao longo de todo o processo gestacional. Atualmente, por mês, cerca de 200 pais assistem aos partos de seus filhos, no hospital. Ao todo, são realizados cerca de 450 partos por mês. Antes do programa, os pais eram proibidos de participar do parto.

A presença do pai no parto é um dos ganhos que o projeto "Parto que te quero perto" conseguiu implementar, fazendo valer a Lei Federal nº 11.108/2005, que assegura à mulher o direito de ter uma pessoa como acompanhante durante o parto. No Gonzaguinha de Messejana, o homem, além de ser sensibilizado para assistir ao nascimento do filho, também assume tarefas antes exclusivas dos profissionais de saúde, como cortar o cordão umbilical da criança e colocar nela a pulseirinha de identificação.

Antes de chegar o momento do parto, os companheiros das gestantes acompanhadas no hospital são chamados para participar do "Encontro dos pais", que ocorre uma vez por mês, sempre na última quinta-feira. Na oportunidade, eles trocam experiências e recebem orientações dos profissionais de saúde, o que contribui para que fortaleçam o vínculo com o hospital, adquiriram mais conhecimento e segurança para a experiência de ser pai, troquem experiências com outros homens e esclareçam dúvidas com os profissionais de saúde.

Uma equipe composta por obstetras, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais e enfermeiros colabora com o projeto, ajudando a preparar o homem e a mulher para o momento do nascimento do filho, exibindo vídeos, fazendo simulações, orientando sobre exercícios e posturas mais confortáveis na hora do parto, discutindo as regras hospitalares e os direitos e deveres dos pacientes. Para facilitar o acesso do pai ao hospital, a diretoria do Gonzaguinha de Messejana ampliou também o horário de consulta pré-natal e de visita hospitalar para até as 20 horas, acomodando-se ao expediente daqueles que trabalham no horário comercial.

Depois do nascimento, o homem permanece na enfermaria, com mãe e bebê, até a alta definitiva. Ele dorme ao lado da cama da companheira e do berço do filho, oportunidade que tem de acordar com o choro da criança e levá-la para ser amamentada. No “Cantinho do banho do bebê”, aprende a dar banhos, trocar fraldas e tratar o umbigo do filho. Antes de irem para casa, pai e mãe fazem o registro civil do novo membro da família no cartório dentro do próprio hospital. No retorno ao ambiente familiar, o homem está mais preparado para participar com a mulher dos cuidados com o recém-nascido, os outros filhos e a própria casa. Posteriromente, a criança continua sendo acompanhada pelo hospital até completar seis meses de vida.

Segundo o diretor geral do Hospital Gonzaguinha de Messejana, Eusébio Rocha, o projeto "Parto que te quero perto" aumentou o vínculo dos pais com a mulher e os filhos tanto no período gestacional quanto posteriormente. "Antes do programa, muitos pais não participavam do processo gestacional. Hoje, eles estão mais presentes, vivenciando todo o processo e também se envolvendo com os cuidados posteriores com o bebê e com a educação dos filhos", explica Eusébio Rocha.

O Hospital Gonzaguinha de Messejana foi escolhido para ser referência municipal para o Rede Cegonha, programa do Governo Federal, que está sendo desenvolvido em todo o país. Com isso, o hospital passará a contar com mais dez novos leitos obstétricos, totalizando 18. Será também construída a Casa da Gestante, que garante a assistência nos casos de gestação de alto risco e contribui para a redução da mortalidade materna e neonatal. Além disso, implementará o método Mãe Canguru, que é um tipo de assistência neonatal que implica em contato pele a pele precoce, entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso. A posição canguru, idealizada na Colômbia em 1979, consiste em manter o recém-nascido de baixo peso ligeiramente vestido na posição vertical contra o peito do adulto.