Problematização a cerca dos artigos contidos nos Anais do I Seminário da Política Nacional de Promoção de Saúde

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Sou acadêmica do curso de psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA/RS e, na disciplina ministrada pelo professor e psicólogo Douglas Casarotto de Oliveira, faremos uma publicação acerca dos artigos contidos nos Anais do I Seminário da Política Nacional de Promoção de Saúde. O escolhido por mim foi o artigo de autoria de Polyana Reis de Oliveira, intitulado “Serviços de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual em Sergipe”.
Escolhi este artigo por acreditar que as questões envolvendo violência são sempre pertinentes e afetam o indivíduo de variadas formas, sejam físicas, psicológicas e funcionais. A autora traz os “Serviços de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual em Sergipe”, que atua com essas vítimas qualquer seja a faixa etária ou o sexo a que pertencem, demonstrando que ocorre até mesmo com crianças menores de um ano de idade e pode ser intrafamiliar.
Neste Serviço, estão atreladas variadas instituições, e uma das que desempenham este trabalho é a Maternidade Hildete Falcão. A equipe é constituída por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos que oferecem, dentre outros serviços, acolhimento, acompanhamento clínico, procedimentos de enfermagem, administração de medicamentos, relatórios, pareceres, acompanhamento nas audiências, etc. Concordo com a autora quando ela diz que este serviço é considerado como promoção de saúde, pois como já podemos ver em sala de aula mediante discussões e leitura,

A ideia de promoção de saúde envolve o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes de saúde […] vai além de uma aplicação técnica e normativa […] fortalecimento da saúde por meio da construção de capacidade de escolha. (CZERESNIA, 2003, p. 5)

A implantação do Serviço ocorreu em 2004, e até 2006 o número de casos atendidos foi aumentando gradativamente totalizando mais de 500. Existem ainda os casos omissos e os que não são registrados. A maioria dos casos acontece nas classes menos favorecidas, mas sabemos que a violência não escolhe em qual classe social se manifestar, estando muito presente também nas classes mais providas de recursos.
Creio que este serviço pode ajudar muito essas pessoas que sofrem violência e que muitas vezes não sabem a quem recorrer, pois em alguns casos são crianças que são abusadas pelos próprios pais, ou mulheres pelos seus maridos ou companheiros. “Como denunciar meu pai ou meu companheiro? Eu não quero que ele seja visto como um marginal ou que ele seja preso.” São essas muitas vezes as indagações, inquietações e angústias vividas pelas vítimas. Então, à medida que se promove saúde, faz-se com que a população se sinta segura e co-responsável nesse processo, aumentando sua autonomia, nem precisando talvez chegar ao papel de vítima para fazer algo. 

Referências Bibliográficas
CZERESNIA D, Freitas. Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003