Simone Paulon & Magda Dimenstein no Seminário Nordeste de Humanização

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    Seguindo os trabalhos    da tarde do dia 26/11, tivemos uma Roda de Conversa muito singular e especial com as Psicólogas:

 Dra. Simone Paulon, da UFRGRS/ RS e PNH/ MS,  e a Dra. Magda Dimenstein  da Pós-graduação em Psicologia – UFRN, ambas pesquisadoras da Política Nacional de Humanização no SUS, junto ao Grupo de Pesquisa que dedica-se ao tema da produção de saúde como produção de subjetividades, que tem também como foco a Política de Saúde Mental, Alcool e Drogas.

As duas muito bem articuladas na composição dos temas abordados,  trouxeram reflexões sobre " Produção de saúde, produção de sujeitos e produção de coletivos na saúde".

Teremos dentro de alguns dias, ou horas, a disponibilidade do áudio desta e outras Rodas.  

Da escuta que fiz, trago algumas de suas falas,como registrei:

Magda  citou a metáfora dos cachos de uva, sob uma ventania, para ilustrar a multidimensionalidade do ser humano:No sentido de que, "somos um complexo multidimensional, como um cacho de uva farto e aparentemente lindo" , composto por vários elementos da nossa existência – os grãos de uva- "mas, nos percebemos como uma unidade" – o cacho em si ! … Até que, com as ventanias da vida os grãos de uva se deslocam, caem ou se perdem, trazendo então a necessidade de se lidar com a mudança, que são na vida as necessidades de ajustes que trazem algum sofrimento no mais das vezes. 

Por outro lado, sabemos que é a inercia, e "a paralização destes processos de mudanças que des-potencializam a Vida" , pois a produção de saúde e a produção de sujeitos se dá mesmo dentro desses desafios do cotidiano.

Seguindo, a fala de Simone trouxe estas mesmas reflexões para os desafios no cotidiano do SUS, considerando  como apontado pelos comentários e perguntas dos participantes, a atual desestruturação da mínima rede de saúde em Natal – hoje na cruel verdade, praticamente inexistente, dentro do caos político da gestão Micarla em Natal, que há algumas semanas atrás foi destituída da Prefeitura por improbidade admnistrativa e desvio de recur$os publicos do SUS, e já com negação de recurso da ação, pelo STF !!

Simone lembrou: Qualquer Unidade de saúde que queira ser produtora de saúde com mais intensidade e ampliação, pode abraçar o desafio das iniciativas de ser um Nó que faz rede … de modo a reencantar a produção desse projeto da construção sanitária, por uma sociedade mais justa.

Nesse sentido, "O começar de novo e fazer esse diferencial, pode começar em qualquer ponto da rede e ser um ponto singular". Daí  "o apoio como método, e o método da inclusão são muito caros para a Humanização da Saúde como política pública capilarizante.

  "Incluir todos os dispositivos de saúde que permitam que a gente coloque os nossos processos de trabalho em análise", promovendo os processos instituintes de transformações; pensando em instituir o novo onde saúde seja valor de uso, para a potencia da vida; "porque o humano não está dado, ele não nasce pronto""podemos ser muitos, e lançar mão desses outros, em nós"

Todos ficaram encantados com a bela composição da dupla. E por outro lado, ouvi das nossas convidadas que as perguntas e questões trazidas pela roda foram bem instigantes e relevantes para o debate.

Foto: por Shirley Monteiro.)