Programa de Triagem Neonatal Ampliado através da Rede Cegonha
O Programa de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde, é a chance de investigação e diagnóstico de doenças graves, que têm tratamento, e se houver comprometimento dos serviços de saúde e dos pacientes e seus cuidadores, promovem qualidade de vida aos portadores das doenças investigadas.
O Programa funciona através de convênio entre municípios, estados e o ministério.
No Piauí, o programa foi implantado há quase 10 anos, mas até hoje se arrasta, e é comum demorar 4 a 6 meses para termos os resultados dos exames.
Mais grave, é que ainda estamos na FASE I, que comporta a investigação apenas de duas doenças – Hipotireoidismo e Fenilcetonúria, quando muitos estados já estão na FASE III. Anemia falciforme se inclui na Fase II, e Fibrose Cística(mucoviscidose) na fase III.
E porque o Piauí está atrasado? Porque não consegue contratar endocrinologistas, nutricionistas, pediatras, assistentes sociais, enfermeiras, hematologistas, bioquimicos e neuropediatras para realizarem os atendimentos de acompanhamento e/ou os exames; ou não consegue comprar e manter em estoque os insumos necessários para realizá-los.
No Piauí a Fase I não funciona bem, por isso não podemos avançar a Fase II. O Hospital Infantil Lucidio Portella(HILP) é responsável pelo seguimento e atendimento das crianças que foram triadas positivamente para hipotireoidismo e fenilcetonúria, mas a equipe está sobrecarregada, mal instalada, sem estrutura ou espaço físico pra realizar atendimentos de qualidade, e compreende a necessidade de melhorar a qualidade do serviço em atenção à Fase I e somente com plenas condições de trabalho avançar para a Fase II- incluindo anemia falciforme.
Enquanto isso, O Ministério da Saúde, anexa o programa à rede cegonha e o está ampliando Fase IV – incluindo a hiperplasia adrenal congênita e a deficiência da biotinidase; além de conveniar mais 6 estados pra a Fase III…
E Nós do Piauí ?!?
Nós vivemos na Terra Querida!
https://www.blog.saude.gov.br/rede-cegonha-amplia-exames-do-teste-do-pezinho/
Por Emilia Alves de Sousa
Muito pertinente esta reflexão da Drª Leiva sobre o atraso no avanço do Programa da Triagem Neonatal no Piaui. Afinal, quando foi implantada a 1ª fase do PTN no estado em 2004, já havia uma previsão para a implantação da 2ª fase, possibilitando a cobertura dos portadores de Anemia Falciforme. Sabe-se que essa doença é mais presente em pessoas afrodescendentes, e temos no estado várias comunidades afro que vem pressionando a SESAPI para a implantação da II fase do programa, entretanto o projeto não sai do papel. Já está na hora de mudarmos esta situação!
Obrigada Leiva pelo compartilhamento desta informação na RHS!
Um forte abraço!
Emília