os das ruas, das margens, dos asilos, dos hospícios, dos hospitais…
Trago para a nossa rede um filme com Michel Foucault para pensarmos as questões trazidas recentemente por vários posts sobre os "usuários" de drogas.
Foucault fala sobre a partilha do espaço social concreto e abstrato e que não vivemos num espaço plano e comum para todos.
"Sonho com uma ciência que teria como objeto estes espaços diferentes (…) dos desviantes (…) casas de repouso, clínicas psiquiátricas, prisões…"
O filme é dos anos 60/70, mas a temática é atual ainda.
7 Comentários
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Muito importante esse discurso do filme,
talvez muito bem divulgado, desperte as autoridades por da comunicação virtual.E Haja mais interesse por tal Sociedade, que somos nós mesmas.
Feliz 2013 a todos.
O encarceramento das pessoas continua em nossos tempos. Mas já se torna difícil sustentar o mesmo discurso sobre o estatuto de tratamento desta medida.
obrigada pelo seu comentário,
Iza
Por Luciane Régio
Capitalismo e Moral…
Na sociedade capitalista, a cidadania se relaciona com o poder de consumo?
A abordagem moral culpa, aprisiona, aponta desviantes.
Bjs, Iza,
Luciane
Também, né Lu. Quem está fora da esfera do consumo não tem "existência".
Mas, o interessante hoje é ver como as modulações do capitalismo incluem os desviantes de todas as espécies para torná-los consumidores.
Os loucos passaram a ser doentes mentais, como disse Foucault, nos séculos XVIII e XIX. A categoria mudou junto com as modulações do poder e economia capitalista.
Hoje, uma forma de subjetivar-se bem frequente entre nós é a da biocidadania: pessoas que se apresentam como bipolares, TDAH, etc antes de qualquer outra percepção de si.
"Eu sou bipolar", frase que me define e fecha qualquer outra possibilidade. Triste…
beijo,
Iza
Oi Emília querida,
Passamos por muitas experiências da loucura desde a antiguidade até hoje. Da experiência trágica, onde ela não estava excluída, ao contrário, era uma outra face de nós mesmos à experiência da loucura como êrro, depois a chegada do grande enclausuramento e finalmente e infelizmente à experiência da loucura como doença.
Chegamos à era da doença: usar drogas é doença, não se alfabetizar exatamente no tempo "correto" é doença, agitar-se é ser portador de TDAH, tristeza é depressão, alegria e tristeza é transtorno bipolar e assim por diante…
Iza
Por patrinutri
Este sau provocação Iza me leva para o campo do respeito as diferenças.
Há uma pregação constante dos sujeitos que querem fazer valer as máximas do mercado de que todos devem ser iguais e por isso enquadram as pessoas num mundo onde se pode manipular e regrar . Com isso não permitem espaços para os respeito às diferenças. O diferente tem que ser enquadrado e não respeitado.
Temos mesmo que cada vez mais dissiminar os valores de equidade, respeito as diferenças, direitos humanos e cidadania.
Viver em uma sociedade de todos para todos tem sido um grande desafio.
Por Emilia Alves de Sousa
…maravilhoso!
Destaco aqui duas frases interessantes ditas por Foucault sobre o louco, um dos temas discutidos no filme.
"…a nossa cultura sempre cuidou de manter a loucura à distância."
"…a loucura é fascinante porque é um saber…invisível, proibido"
Uma discussão feita na década de 80, mas como diz a Iza, bastante atual. Vale a pena ver o filme!
Emília