Atenção Básica no Alto do Morro
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Mulheres – Agentes Comunitárias de Saúde
No fundo de um barraco no alto do morro
Um cãozinho guarda a porta
La dentro duas almas se escondem do mundo
Protegem o afeto mútuo
Da feia realidade da fronteira
Que separa a cidade dos excluídos
Da cidade dos cidadãos certinhos
Em sua luta para vingar seus fantasmas
Se esquecem de olhar o céu acima e a cidade abaixo
Mas as mulheres, passam por homens armados
Encaram as escadas sujas e sobem o beco
Levam um amor feminino de cuidado e acolhimento
A dois homens perdidos na difícil arte de cuidarem-se
Em meio a guerra urbana
Lutada pelo privilegio de vender a vigília e o sono
Aos normais que vivem mais perto do rio
E mais longe do céu
Só nós, loucos pelo SUS, sabemos…
Por jacqueline abrantes gadelha
Lindo poema, Marco! E tão intensamente tocante…
"Só nós, loucos pelo SUS, sabemos…"
Um forte abraço,
Jacque