Começa Simpósio sobre Apoio na UERJ

13 votos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na manhã dessa terça-feira, durante a abertura do Simpósio Nacional “Áreas Programáticas, Direito à Saúde e Apoio no SUS”, o diretor do Instituto de Medicina Social da UERJ, professor Cid Manso, deu as boas-vindas aos participantes e disse acreditar em uma produção de conhecimento que possa contribuir para uma melhor gestão do SUS e por mais qualidade na saúde.

 

É exatamente com esse propósito que acontece o evento que prossegue durante todo o dia de hoje, quarta-feira, no auditório 11 da UERJ. O Simpósio foi pensado como mais uma etapa da pesquisa “Áreas programáticas e direito à saúde: construção da integralidade no contexto do apoio institucional”, uma parceria do Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis) com o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES/SAS/MS). E marca o lançamento da Convocatória para relato de experiências de apoio e Mapeamento (questionário / cadastro) da atuação dos apoiadores.
 

 

Durante todo o dia de ontem, estudantes e pesquisadores estiveram reunidos com apoiadores, gestores e representantes das coordenadorias das Áreas Técnicas do Ministério da Saúde para debater a função do apoio nas diversas regiões do Brasil e suas relações com a garantia do direito humano à saúde e democratização das relações institucionais no âmbito do SUS.
 

Mesas-redondas
 

Pela manhã, duas mesas-redondas marcaram o debate. A primeira delas tratou do tema da construção desta pesquisa e dos percursos teóricos, conceituais e metodológicos de uma rede de pesquisa. Mediada pelo diretor do DAPES, Dário Pasche, a mesa contou com falas inspiradas de Fábio Hebert (Lappis-PSI-UFF) e Roseni Pinheiro (Lappis-IMS-UERJ), respectivamente, coordenador do eixo “Convocatória” e coordenadora geral da Pesquisa, e com uma exposição de Francini Guizardi.
 

Fábio contextualizou o cenário, explicitando que a construção da pesquisa foi marcada por um esforço para promover espaços de diálogo em todas as suas fases. “Esse foi o nosso desafio que acabou se revelando como uma estratégia recompensadora”, disse, fazendo questão de lembrar as quatro oficinas técnicas e os inúmeros encontros que o grupo de pesquisa manteve até aqui. Para ele, em uma pesquisa, tão importante quanto construir os caminhos coletivamente é o grupo refletir sobre os caminhos dessa construção.
 

Fábio apresentou em linhas gerais a “convocatória” para relatos de experiências de apoio institucional  e o “mapeamento” do apoio, as duas ferramentas que serão lançadas na manhã de hoje, terça-feira.
 

Roseni Pinheiro fez questão de falar sobre o sentimento de gratidão a essa altura da pesquisa e de ressaltar que o processo de construção de uma pesquisa tem muito a oferecer. “A tarefa de construcão de uma pesquisa é também a de desmistificar o ‘saber fazer’”, aponta. “Pesquisar ensinando – e vice-versa – é tarefa que exige disponibilidade e uma certa humildade epistemológica para construir um projeto coerente com o campo da saúde coletiva, onde a gente tem a felicidade de conviver com as nossas referências teóricas e metodológicas”, disse.
 

Dário Pasche destacou o Simpósio como uma “importante seção de debates para conversar sobre o apoio e as areas programáticas do Ministério”. Para ele, depois de mais de um ano cumprindo as etapas institucionais, o momento de disponibilizar os produtos é também importante para que se discutam os percursos teóricos e conceituais de uma rede de pesquisa.
 

Ainda na primeira mesa, Francini Guizardi (Lappis-EPSJV-Fiocruz) destacou  o eixo paradigmático da pesquisa: trabalhar com o apoio permite que se identifiquem práticas afeitas à integralidade, o compromisso com a produção de relações democráticas e a superação da fragmentação do cuidado. Essas foram discussões que ecoaram ao longo de todo o dia de ontem.
 

Áreas Técnicas
 

Para Gustavo Nunes, coordenador da PNH, a prática do apoio vem se alastrando e sendo experimentada e estudada, mais recentemente, em muitos espaços e campos de formação e linhas de pesquisa. “A discussao do apoio vem crescendo junto com a discussão sobre humanização. E essa pesquisa vai ajudar a mapear como essa prática vem acontecendo no cenário nacional e quem vem se identificando com essa prática”, disse, acrescentando que é necessário ir além de uma mera discussão epistemolócica sobre o que deve ou não ser considerado apoio.
 

Gustavo foi um dos expositores da mesa número 2 do Simpósio, que reuniu representantes das Áreas Técnicas do  Ministério da Saúde para debater o tema das “As áreas programáticas estratégicas e gestão de redes integradas: implicações e efeitos no cotidiano dos atores na luta por direitos”. Mediada por Roseni Pinheiro, a mesa contou com a participação de Marden Soares (Coordenador da Área Técnica de Saúde no Sistema Penitenciário), Gilvani Grangeiro (Representante da Coordenação da Área Técnica da Saúde da Criança) e Teresa de Lamare (Coordenadorada Área Técnica de Saúde de Adolescente e do Jovem).
 

O coordenador do DAPES, Dario Pasche falou em nome da Coordenadoria da Área Técnica da Pessoa com Deficiência, e Sonia Lievori representou a Coordenadora da Área Técnica da Saúde da Mulher, Maria Esther Albuquerque.
 

Em debate, esteve uma discussão que há muito tempo vem pontuando o diálogo de quase uma década entre o Lappis e o Dapes e que, segundo Dário Pasche, deve pautar todo este  Simpósio.  “Trata-se da necessidade de conversar sobre como articulamos ou devemos articular o grupo de áreas programáticas ou estratégicas, ou seja, as áreas técnicas que compõem a saúde, na perspectiva da integralidade e do desenvolvimento do SUS para todos”, concluiu.