VII Encontro dos editores/curadores da redehumanizasus

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Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar – Antonio Machado

 

"Cinema não se ensina, diz Jean Luc Godard, voce precisa fazer filmes para saber do que se trata" ( Júlio Bressane, 1996 ). Assim também se dá com a vida em redes. É preciso presença. 

Presença em todos os sentidos que a palavra toma. É preciso surfar a onda com o corpo absolutamente presente. Sem as velhas divisões corpo/intelecto. Corpos desterritorializados na pura composição com outros corpos.

O encontro dos editores se deu a partir de uma primeira referência de corporeidade física em roda. Método que nos coloca frente a frente com todos os outros. O outro como horizonte. O olhar aí como primeira territorialidade a ser convocada para o trabalho. Não mais apenas a suposição dos corpos que habitam o outro lado da tela.

Novos encontros se produziram com a chegada de Sabrina Ferigatto, Ísis, Mariana Berge Gustavo. O grupo ganha uma nova consistência que vai se espraiar sobre o trabalho em rede. Nosso modo de fazer amoroso se adensa mais. Sabrina explicita a afecção de liberdade sentida nas proposições que vem fazendo a um grupo acolhedor. Coisa rara em outros espaços, concordamos todos. Raridade que não nos faz perder o desejo de fazer reverberar tal modo.

O mote deste VII encontro poderia ser definido como o devir da redehumanizasus.net. Ela se abre e se lança para novos acontecimentos que vão tomando consistência a partir do desejo coletivo de editores, consultores, gestores, trabalhadores e usuários no sentido de um crescimento/germinação destes novos possíveis.

Uma primeira dobra da RHS nessa direção de novas dimensões se constitui na abertura de espaço para as comunidades. "Comunidade de Práticas", "Defesa do SUS", "Ambiência", "Saúde Indígena", "Rede Cegonha" e "Humanizasus na Formação e Pesquisa em Saúde" são algumas das que já se hospedam no espaço acolhedor da rede. Sua arquitetura se constitui em torno de uma questão agregadora. Diferentemente da ágora – espaço heterogêneo e aberto -, as comunidades tem um curador de conteúdos, numa conformação mais temática e formativa. Nelas o papel dos editores toma a forma do apoio de um animador/mediador no processo de criação virtual e provedor de experimentação no uso de redes.

Outra frente que se abre – com o vislumbre de grande potência de disseminação das trocas de experiências de um SUS que dá certo – é a integração com o facebook e twitter.

Esta é apenas uma pequena amostra dos temas construídos no encontro. Outros editores estão publicando mais olhares sobre ele.

Fechamos as reuniões com uma experimentação de corpos em rede com a Flávia Liberman, terapeuta ocupacional, que coordenou uma ativação de afetos muito potente para o grupo.

 

Iza Sardenberg

Coletivo de editores/curadores da RHS