Síndrome da Alienação Parental lei n° 12318, de 26 de agosto de 2010
Novas configurações no cenário familiar exigiram consideráveis adaptações e discussões na sociedade contemporânea. Um dos principais motivos dessas novas configurações é o aumento significativo no numero de divórcios, os quais em grande parte das vezes ocasionam um desgaste emocional principalmente para os filhos frutos desta separação. Não obstante, em detrimento desta situação litigiosa passada pela criança, Richard Gardner, em 1985, denominou de Síndrome da Alienação Parental, o que “resulta das combinações das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuição da própria criança para caluniar o genitor-alvo”. Inúmeros são os prejuízos agregados ao vulnerável, dentre eles o sofrimento psíquico, abuso moral, prejuízo no desenvolvimento do afeto. A criança, vitimada pela alienação, tende a pender por aquele com quem convive. O medo de opor-se ao genitor que obtém a guarda faz com que repudie o outro, ainda que guarde sentimentos de carinho e afeto por ele.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Trabalho com crianças, jovens e famílias numa perspectiva de dar voz ao sofrimento que, na maioria das vezes, advém do desejo de conformarem-se a normas transcendentes ao próprio funcionamento familiar. Com isto quero dizer que precisamos escutar mais as novas configurações familiares, sem interpor modelos idealizados que se apresentam como a "verdade".
As diferenças que hoje têm maior visibilidade foram produzidas por novas possibilidades de subjetivação. Sua "eficácia" no jogo de relações humanas será sempre mais ou menos produtiva de sofrimento ou prazer conforme os modos de colocá-las em questão por aqueles que as vivem.
Percebemos claramente quando a fala de uma criança traz a marca da "importação" de uma fala dos adultos. Soa de forma artificial e a criança parece usar deste artifício justamente como denúncia de uma confusão de línguas ( língua de adultos no lugar da das crianças, conforme a bela formulação de Ferenczi ).
As crianças e jovens mostram a potência de produzir questões sobre essas relações e mesmo quando pequenas, têm muito a nos dizer. É só nos abrirmos para ouvir falas encantadoras e bastante críticas no cotidiano da clínica com a infância e adolescência.
Iza