A tenda do encanto (CONTO) reencantando histórias, vidas…

16 votos

“E nas imagens, nas representações dos objetos dispostos à mesa, que a magia  do tempo areja a memória que toma fólego, que toma vida e revive o encanto do passado e o reencantamento do presente”. 

Lembranças...

A cuia? Me remete ao terreiro da vovó, na casinha debaixo, singela, no terreiro, um pouco mais distante, uma carreira de Girassol, muitos, que alegres viam o grande astro a tardinha. A vovó colhia sementes para seu café diário, eu, um tanto levado, obedecia sua voz, imponente, quando se aproximava do banho de cuia, frio, gélido, ela sorria, faceira, pois a água doía, tão fria, tão fria.

Conto de Djairo Alves

Histórias que se contam e se reencontram em outras histórias, agora registradas, livres em livro, numa prosa que versa poesia e protagonismo…

Entre lágrimas e testemunhos, a beleza da construção do ser que a cada etapa busca a humanescência, a experiência, a maturação tão almejada…

E lembrando dos primeiros passos a bela Socorro vai passeando em suas memórias e vê a máquina de escrever, nela relembra do começo de sua jornada como estudante, onde a educação tocava-lhe, as primeiras letras até se tornar esse ser ímpar de uma personalidade exuberante.

Foi ali, pertinho dos verdes coqueirais onde a Tenda contou os contos e aportou, numa viagem reminiscente no qual encantou cada ser que busca ser para humanescer…

Foi ali que histórias foram tecidas na trama da vida, naquele entardecer de encontros saudáveis, do olhar profundo da Jaquelinda, da emoção incontida da pequena grande Eva, do sorrido franco da humanescente Lucinalva, da apresentação cheia de ternura da Josefa e do jeito meigo da pensadora Lurdinha.

Numa tarde comemorativa à saúde onde cada ser contou sobre seus muitos seres de cada momento que passou e que passa por esse tempo, nesses encontros potenciais e assim desfez-se a Tenda se reerguendo para mais um conto, para muitos contos, de tanto encanto.