Notícias do Encontro Regional de Humanização do parto e nascimento
Aconteceu sexta feira, dia 08 de novembro, em Campinas o I Encontro regional pela humanização do parto e nascimento – "É possível um parto humanizado no sistema de saúde brasileiro?"
O evento aconteceu na estação Cultura e terminou com mais de 400 pessoas inscritas, entre elas, usuários, estudantes, gestores e trabalhadores da rede de saúde. Foi uma organização do Fórum pela humanização do parto e nascimento de Campinas, um espaço composto por mães, grupos de apoio a maternidade ativa, associação de doulas, representantes da REHUNA, instituições de ensino e movimentos sociais.
Na mesa de abertura estiveram presentes representantes das três das maternidades públicas de Campinas, secretaria municipal de saúde e Ministério da Saúde.
O evento contou com três mesas redondas, todas elas com discursos emocionados de relatos de parto por doulas e gestantes que tiveram experiências positivas e negativa no SUS
A primeira mesa, moderada pela enfermeira prof. Dr Antonieta Keiko, tinha como tema "O que é o parto humanizado?", contando com as palestrantes, Gislene Nogueira (gerente da área de Recursos Humanos do Hospital Sofia Feldman-MG), que nos mostrou a partir de uma experiência prática, que é possível uma instituição humanizada de assistência ao parto e nascimento no SUS, além de Esther Vivela, que emocionou-se, e encantou toda a plenária com uma intensa apresentação sobre a Rede Cegonha, incluindo seus princípios, avanços, desafios, mas principalmente, o que inspira isso tudo, que é a transformação da realidade de parto e nascimento de milhares de mulheres e bebês. Durante essa mesa, agradecemos também a participação em todo evento de Etiane Araldi, representante da Frente de Mobilização Social da Política Nacional de Humanização- MS.
A segunda mesa, discutiu "O cenário atual do parto e nascimento no Brasil", com a participação de Ligia Moreiras Sena (autora do blog “A cientista que virou mãe), discutindo as intervenções desnecessárias no parto e a violência obstétrica; a neonatologista Ana Paula Caldas, falando sobre as intervenções desnecessárias no nascimento e a violencia na recepção do bebê; e a médica obstetra prof. da UFSCar, Carla Polido, que brilhantemente discorreu sobre a epidemia de cesáreas no Brasil e o parto transformado num evento cirúrgico. O tema da medicalização da vida e dos seus processos naturais foi o eixo central da mesa, com participações emocionadas da platéia e a generosa mediação do Prof. Dr. Gustavo Tenório Cunha, do Depto de Saúde Coletiva/Unicamp.
A terceira mesa, mediada por Sabrina Ferigato, (membro do Fórum de Humanização do parto e nascimento e consultora Rede HumanizaSUS) discutia "A importância da ampliação da equipe para a humanização do parto”. Esse debate contou com a participação de Ruth Osawa (enfermeira e professora do curso de Obstetricia da USP), que falou sobre a atuação da enfermeira obstétrica/obstetriz na assistência ao parto de baixo risco; além das doulas Lucia Caldeyro Stajano (grupo Dar a Luz/REHUNA) e Leyla Cerasoli (grupo Lua Nova), resgatando a historia da atenção ao parto e nascimento e o papel da doula, a ação da Rehuna e apresentando em ato técnicas e dispositivos da atuação das doulas no acompanhamento ao parto, pré parto e puerpério.
A mesa encerrou-se unindo a ação de cuidados individualizados e singulares à potência de ação coletiva com a fala do médico e vereador Pedro Tourinho, que é participante do Fórum e autor da lei municipal em tramitação, a Lei das doulas que visa a garantia da entrada da doula nas nossas maternidades.
Além das mesas, o evento teve uma linda programação cultural, que contou com a apresentação de dança "Dentro de Mim" com filha e mãe, Elis e Larissa Carpintero, e também uma inspiradora exposição fotográfica com registros de parto do Além D'Olhar fotografias, no click sensível de Vivian Scaggiante.
Regadas ao sabor de um delicioso café com bolos, pães caseiros, compotas e sucos naturais durante todo o evento, experimentamos sabores e saberes, encontros de diferentes concepções e gerações
Não poderia faltar uma pitada de arte e cor no corpo, para isso, preparamos no cantinho do auditório um cantinho de pintura de papéis e barrigas, onde as crianças, mesmo não barrigudas puderam se divertir com suas mães.
Todas essas cores, delícias, idéias e debates serviram como um catalizador para qualificar a formação política das pessoas ali presentes, para empoderar o público predominantemente feminino, para unir forças, incomodar, provocar, afetar, transformar…
Um evento que fortaleceu sobretudo a ação política do Fórum de humanização do parto e nascimento de Campinas, que seguira seu curso, com mais e mais desejo de mudanças!
Por Emilia Alves de Sousa
Pessoas incríveis discutindo um tema tão palpitante e necessário, que é a humanização do parto, é garantia de sucesso. As imagens comprovam isto.
Valeu galera!
Emília