Cerimônia oficializa início das atividades do VI CBCSHS

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z-abertura_congresso.jpgA cerimônia de abertura do VI CBCSHS colocou as ciências sociais e humanas como protagonistas na promoção e defesa do direito à saúde.

O cerimonial aconteceu na noite do dia 14 de novembro, no Teatro Odylo Costa, o Teatrão da Uerj. Na mesa de abertura estiveram presentes grandes atores do campo da saúde coletiva. Roseni Pinheiro deu início às falas fazendo um discurso emocionado: “O Congresso tem essa capacidade de ampliar e retomar o entendimento acerca do que é necessário para defender a saúde não como mercadoria. É com total gratidão que falo com vocês. É possível a gente pensar compartilhadamente. É possível pensar ciência como empreendimento humano, solidário e responsável.”

Em seguida, Maria do Socorro de Souza, discursou dizendo: “Naquele navio que é o Conselho Nacional de Saúde, a bússola, muitas vezes para a gente, é a Abrasco. Para a gente que não é do movimento social ou da academia é muito bom ter a Abrasco como parceira. Quero ainda fazer uma referência, são poucas mesas que participo que tem alguém, além de mim, de mulher. Aqui tem outras mulheres e tem mulheres negras. Faz toda diferença essa democracia nas relações sociais, nas relações de gênero, combatendo o racismo e o preconceito.”

Paulo Gadelha falou sobre a emoção de ver a linha do tempo dos 30 anos da Abrasco, do Projeto Memória. “Quando cheguei e vi aquele painel, me trouxe um sentido especialíssimo, de viagem no tempo, no sentindo de um reconhecimento da trajetória dessa Comissão e o que significou nesse período o alargamento do campo e dos objetos de estudos. Essa trajetória enriquece muito a nossa Abrasco e o papel que ela tem”.

Prosseguindo, Mônica Alves de Oliveira Gomes falou sobre a saúde da população negra. “O tema desse congresso é muito forte e instigante, que trata o diálogo entre saberes e práticas. Para nós, que fazemos esse trabalho de enfrentamento ao racismo e de promoção da equidade em saúde, o diálogo entre saberes e práticas tem muitos significados. Uma expectativa que tenho é que esse diálogo entre saberes e práticas traga também as possibilidade de revisão de práticas que precisam ser superadas, tais como o racismo”.

Carlos Gadelha afirmou que o direito de cidadania é também o direito do conhecimento, o direito à soberania. Em seguida, Cid Manso falou da alegria da Uerj estar recebendo novamente um Congresso da Abrasco.  Kenneth Camargo agradeceu também à Uerj de ter aceitado promover o evento. Encerrando a mesa de abertura, Luis Eugênio Portela de Souza defendeu o SUS de acordo com que está na Constituição, pois o atual Sistema Único de Saúde está contribuindo para a reprodução da sociedade desigual, injusta e pouco democrática. 

A mesa de abertura foi composta por: Roseni Pinheiro (vice-presidente do VI CBCSHS e Líder do Lappis), Kenneth Camargo (Presidente do VI CBCSHS), Luís Eugênio Portela de Souza (Presidente da Abrasco), Cid Manso (Diretor do IMS, representando o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves de Castro), Carlos Gadelha (Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, representando o ministro Alexandre Padilha), Mônica Alves de Oliveira Gomes (diretora de Programas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, representando a ministra Luiza Barros), Paulo Gadelha (Presidente da FIOCRUZ), Maria do Socorro de Souza (Presidenta do Conselho Nacional de Saúde), Antonio Carlos Campos de Carvalho (diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde), Marco Akerman (da Coordenação Nacional da Associação Brasileira de Rede Unida), Leny Trad (presidente da Comissão Científica do VI CBCSHS) e Marília Louvison (Presidente da Associação Paulista de Saúde Pública).

 

Foto: Abrasco